De origem peruana, a planta chegou ao Brasil na década de 1940. Por ser pouco exigente em água, se adaptou bem ao solo seco do Nordeste. A algaróba produz uma vagem que, depois de madura, cai no chão. Tem a casca bem firme e um sabor adocicado. Desde que a planta chegou ao Brasil, os animais se alimentam das vagens que ficam no chão. Elas fornecem fibra, proteína e energia.
O consumo em excesso, principalmente na época da seca, não é indicado devido à menor absorção dos nutrientes. Assim, o processo industrial surgiu para melhorar o aproveitamento.
No plantio, são colocadas cerca de 400 árvores por hectare. Ao longo dos anos, são feitos desbastes para aumentar a produção de vagem, que atualmente é de 1.600 quilos por hectare.
– Com o avanço, tanto na parte de pesquisa quanto na genética, estamos desenvolvendo a ampliação das nossas áreas. Temos uma meta de produção de cinco toneladas/hectare – explica o engenheiro florestal Manoel Carlos de Souza Paula.
O beneficiamento das vagens é feito na indústria. Das vagens são extraídos dois tipos de farelo, um mais grosso e outro bem fininho. Na indústria da zona rural do município de Manoel Vitorino, na Bahia, na região chamada de Médio Rio de Contas, o produto faz parte de todas as rações fabricadas, para pequenos e grandes animais, e representa de 10% a 20% nas formulações.
– Ela entra como componente energético da ração, fornecendo energia; mas outra característica é que ela é um ótimo palatabilizante da ração e fornece um aroma específico, além de ter características de aglutinante, que é muito favorável na hora de produzir as rações peletizadas – explica o médico veterinário Blas Manoel Sarjado Martinez, acrescentando que o farelo é um dos responsáveis pelo brilho da pelagem dos cavalos da raça mangalarga marchador criados na fazenda.