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Milho: combinação de dólar e Chicago em baixa no 2º semestre traz risco

A consultoria Safras & Mercado preparou um conteúdo especial com a tendência para o mercado do cereal nos próximos meses; confira

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Foto: Pixabay

O clima favorável ao desenvolvimento das lavouras americanas pesou sobre os preços internacionais do milho no fim desta semana. De acordo com a consultoria Safras, o mercado aguarda o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicará as projeções de área planta plantada e estoques do país.

Quer saber como isso pode mexer com os preços? O analista Paulo Molinari elencou os principais fatores que merecem atenção nesta semana.

  • Recuperação na demanda interna nos Estados Unidos no segmento de etanol e no abate de suínos ajudam no ambiente positivo para os mercados quanto à demanda;
  • Contudo, exportação dos EUA extremamente fraca pode sinalizar para a manutenção de estoques altos neste ano comercial e acentuar a elevação para 2021;
  • Clima com boa previsão de chuvas em todo o Meio-Oeste nos próximos 15 dias mantém uma certa tranquilidade em relação ao desenvolvimento da safra;
  • Relatórios de estoques trimestrais e área plantada no dia 30 de junho definirão uma trajetória mais consolidada para os preços na Bolsa de Chicago;
  • Consenso para a área plantada é de 95,2 milhões de acres, contra 97 milhões previstos pelo USDA em março. Contudo, esta área ainda possibilita a projeção de uma supersafra nos EUA e estoques recordes para 2021;
  • Sem novos indicadores favoráveis aos preços na Bolsa de Chicago no curto prazo;
  • O mercado interno fica ao sabor desta transição entre o fim do verão e o início da segunda safra;
  • Apenas Mato Grosso está em forte ritmo de colheita neste momento. Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Goiás devem avançar a partir desta semana;
  • O mercado agora dependerá do ritmo de embarques na exportação e dos níveis de porto. Cotações oscilando entre R$ 47/49 diante da composição do câmbio;
  • Embarques no segundo semestre precisam ficar acima de 4 milhões de toneladas ao mês, caso contrário isso sinalizará retenção exagerada no mercado interno e contenção dos preços;
  • Pouca esperança de alguma alta devido a preços internacionais. Safra recorde nos EUA pode colocar preços na CBOT abaixo dos US$ 3 por bushel;
  • Risco é a combinação de baixa na Bolsa de Chicago com valorização do real no segundo semestre.