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Milho: RS aposta na irrigação para atingir autossuficiência no abastecimento

Por meio do programa Pró-Milho, estado quer produzir 7 milhões de toneladas em até 5 anos, para atender às cadeias de proteína animal, sem precisar recorrer ao cereal do Centro-Oeste

O Rio Grande do Sul quer ampliar sua produção de milho, em busca da autossuficiência no abastecimento das cadeias de proteína animal. Por tal razão, o governo do estado lançou, em fevereiro deste ano, um programa de incentivo para incremento de área e de qualidade do cereal, o Pró-Milho/RS.

Uma das vertentes do programa prevê a ampliação do cultivo irrigado do cereal. De acordo com informações da Emater-RS, lavouras convencionais de milho têm produtividade média de 95 sacas por hectare. As áreas irrigadas, por sua vez, podem atingir 200 sacas por hectare.

De acordo com o diretor do Departamento de Política Agrícola e Desenvolvimento Rural da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ivan Bonetti, atualmente, o Rio Grande do Sul precisa adquirir perto de 2 milhões de toneladas anuais (que se somam às cerca de 5 milhões de toneladas produzidas localmente) para atender às criações de aves, suínos e bovinos de leite do estado.

“É preciso trazer do Centro-Oeste, que chega muito caro aqui”, diz. Um problema que se agravou neste ano, já que houve redução de cerca de 30% no total colhido em território gaúcho, em razão da estiagem.

O objetivo do Pró-Milho/RS, diz Bonetti, é alcançar uma produção anual de 7 milhões de toneladas de milho, em um período de três a cinco anos.

“A cadeia de proteína animal e a de milho representam cerca de 10% da riqueza do estado. Esse cereal é estratégico, por isso foi criado um programa de estado, que terá continuidade nos próximos governos”, afirma o diretor.