Agro do Brasil alimenta mais de 800 milhões de pessoas no mundo

Agricultura

Agro do Brasil alimenta mais de 800 milhões de pessoas no mundo

Estudo da Embrapa indica também que a contribuição brasileira para o abastecimento mundial deve aumentar ainda mais nos próximos anos

A participação do Brasil no mercado mundial de alimentos deu um salto, em dez anos, de US$ 20,6 bilhões para US$ 100 bilhões, com destaque para carne, soja, milho, algodão e produtos florestais. Além disso, o agronegócio brasileiro dá conta de alimentar cerca de 800 milhões de pessoas no mundo.

Esses dados fazem parte de estudo da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa (Sire), intitulado “O agro brasileiro alimenta 800 milhões de pessoas”, divulgado nesta quinta-feira, 4.

De autoria dos pesquisadores Elísio Contini e Adalberto Aragão, da Sire, o estudo indica ainda que a contribuição do Brasil para o abastecimento mundial deverá aumentar ainda mais nos próximos anos. Somente entre 2011 para 2020, por exemplo, a participação do país na produção mundial de grãos, por exemplo, cresceu de 6% para 8%.

Contini e Aragão concluíram ainda que, em 2020, o país forneceu alimentos para 772,6 milhões de pessoas, sendo 212,2 milhões da população brasileira e 560,36 milhões de outros países. Os cálculos foram feitos tendo como base exportação de grãos e da carne bovina convertida em grãos.

O pesquisador Contini cita, conforme nota da Embrapa, ser “importante conhecer a contribuição do agro brasileiro na disponibilidade de alimentos para a sociedade brasileira e para o mundo”. E continua: “Em termos de pessoas alimentadas, em manifestações de autoridades e trabalhos técnicos, os números variavam de 1 a 1,5 bilhão de pessoas. Decidimos checar esses números, partindo da produção de grãos e oleaginosas do Brasil em relação à mundial”.

Para chegar aos números citados acima, o estudo adotou um método que considera a produção de grãos e oleaginosas – alimentos básicos de amplas populações no mundo e também considerados básicos para a produção de proteína animal. “A hipótese é de que grãos e oleaginosas vêm sendo a base da alimentação humana, para o consumo direto das pessoas, alimentos processados ou como insumo para ração para a produção das principais carnes”, afirmam os autores do trabalho, que adotaram para a execução do cálculo a classificação de “alimentos” utilizada pelo Banco Mundial para a elaboração do Food Price Index.

O indexador Food Price Index considera os seguintes cereais: arroz, trigo, milho e cevada; óleos vegetais e tortas: soja, óleo de soja, torta de soja, óleo de dendê, de coco e de amendoim; além de outros alimentos: açúcar, banana, carne de boi, de aves e laranja.

Além disso, para chegar à quantidade de pessoas que o Brasil alimenta no mundo, dois cálculos foram feitos. O primeiro, baseado na produção física de grãos e o segundo agregando a essa produção o seu respectivo valor monetário, a partir de preços internacionais. O segundo cálculo diz respeito à conversão da carne bovina exportada. “Como a carne bovina brasileira exportada é produzida a pasto, convertemos esta exportação para equivalente grãos e quantificamos quantas pessoas são alimentadas por esta carne”, explica Contini, acrescentando que esta segunda alternativa aproxima-se mais da resposta esperada.

O estudo completo pode ser acessado neste link.

 

Sair da versão mobile