Casas da Agricultura: Ministério Público vai investigar proposta de fechamento em SP Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Diversos

Casas da Agricultura: Ministério Público vai investigar proposta de fechamento em SP

Objetivo é apurar "possível irregularidade" no decreto que visa desativar as 574 Casas da Agricultura e 16 dos 40 escritórios de desenvolvimento rural do estado, informa portaria do órgão

O Ministério Público do estado de São Paulo (MP-SP) anunciou que abriu uma investigação sobre o projeto que pretende extinguir as Casas da Agricultura, que prestam assistência técnica especializada aos agricultores paulistas. O objetivo do procedimento é apurar “possível irregularidade no decreto de reestruturação da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que visa desativar todas as 574 Casas da Agricultura e 16 dos 40 escritórios de desenvolvimento rural do estado”, informa a portaria assinada pelo promotor Christiano Jorge dos Santos, da 7ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social.

Em comunicado, a Associação Paulista de Extensão Rural (Apaer) informa que, apesar de o decreto nunca ter sido publicado, ao longo do último ano diversos prédios de Casas da Agricultura, em diferentes regiões do estado, foram cedidos a outros departamentos e às prefeituras. A medida foi decretada durante gestão de Gustavo Junqueira e foi suspensa pelo novo secretário de Agricultura, Itamar Borges.

O MP-SP diz que apura alterações na pasta “para, supostamente, adaptá-la ao plano supracitado. A título de exemplo, indicou-se a nomeação de um mesmo servidor público para o cargo de coordenador substituto nas Divisões Regionais de Bragança Paulista, Piracicaba e São João da Boa Vista, que seriam reunidas de acordo com projeto de reestruturação”, diz trecho da portaria que instaurou a investigação.

Segundo a Apaer, desde agosto de 2020, a notícia sobre a intenção do governo do estado de fechar as Casas da Agricultura tem causado grande inquietação nos agricultores paulistas que precisam dos serviços da extensão rural pública. Ao longo do processo, a Apaer manifestou sua preocupação para que “os agricultores familiares não fossem abandonados pelo Governo do Estado em plena pandemia”.

“A instauração do inquérito por parte do Ministério Público confirma a importância das Casas da Agricultura e dos Escritórios de Defesa Agropecuária para o agro paulista, principalmente para a agricultura familiar que produz a maior parte do alimento que chega nas nossas mesas”, comentou na nota o presidente da Apaer, Antônio Marchiori.

Em maio deste ano, quando Gustavo Junqueira deixou a pasta, a proposta de extinção das unidades foi suspensa por Itamar Borges. O novo secretário se reuniu com as entidades e recebeu da Apaer projeto desenvolvido por especialistas da entidade em parceria com pesquisadores da Esalq/USP, Unicamp, Unesp, Ufscar e Embrapa, que havia sido entregue para Junqueira.

“É preciso um olhar mais sensível e estratégico sobre o potencial da agricultura paulista, que contemple suas vocações regionais e características sociais”, concluiu Marchiori.

Secretaria diz que trabalha para reabertura das Casas da Agricultura

Em nota, a secretaria de Agricultura de São Paulo disse que está à disposição do Ministério Público para prestar os esclarecimentos necessários sobre o processo de reabertura das unidades da Casa da Agricultura.

“O secretário de Agricultura, Itamar Borges, tem realizado um amplo trabalho de valorização e reabertura de todas as unidades da Casa de Agricultura que foram fechadas em função da pandemia da Pandemia. O processo de reativação das unidades atende a todos os protocolos de segurança sanitária e começou a ser colocado em prática em ato simbólico ocorrido, com a presença do Secretário, no dia 12 de junho, na cidade de São José do Rio Preto”, diz a nota.

Ainda segundo a pasta, a secretária mantém 539 unidades da Casa de Agricultura em todo estado, e não 574 como afirma o Ministério Público. A nota também diz que é incorreta a informação de que os prédios tenham sido cedidos a outros departamentos.

“Todos os imóveis continuam abrigando as 539 unidades da Casa da Agricultura para orientação e atendimento a produtores e entidades ligadas ao agro. O serviço não sofrerá descontinuidade ou cortes, pelo contrário, deverá passar por processo de modernização ainda nesta gestão”, ressalta a nota.

 

Sair da versão mobile