O excesso de chuva neste início de ano atrasou a colheita da cenoura no Triângulo Mineiro. Com a redução da oferta no mercado interno, o preço do produto já superou o maior valor registrado em 2015. A caixa com 29 kg de cenoura, que normalmente é comercializada a R$ 17, agora sai por até R$ 45.
Nos primeiros 20 dias do ano, a região mineira recebeu cerca de 300 mm de chuva, quatro vezes mais do que o volume registrado em janeiro de 2015. As máquinas não conseguem operar e a colheita precisa ser manual, elevando em até 35% o custo com mão de obra.
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O produtor de cenouras Kleber Massayuki Miada esperava colher 2,4 mil caixas numa área de 18 hectares. Mas agora, por causa das chuvas, baixou a projeção para 2 mil caixas. A colheita está atrasada, e o excesso de umidade na lavoura favorece o surgimento de doenças.
De acordo com o técnico agrícola Fernando de Jesus Dias, quando a propriedade introduz a colheita mecânica na fazenda, a mão de obra é reduzida sensivelmente. “Hoje, a máquina supre de 60% a 70% do que se nós fizéssemos a colheita manual”, diz.
Outra preocupação nesta safra é com o custo de produção, que, no segundo semestre de 2015 teve alta de 25% em relação aos seis primeiros meses do ano. No Triângulo Mineiro e Alto do Paranaíba, os produtores de cenoura chegam e desembolsar R$ 20 mil para cada hectare cultivado.
O que tem afetado a cultura é a variação cambial, diz o técnico Dias. Segundo ele, de 70% a 80% dos insumos utilizados na produção de cenouras são cotados em dólar, incluindo as sementes. “Na semente, nós estamos com aumento nos gastos de 25% a 30% em relação ao ano passado”.
A boa notícia para os produtores é que com a redução da oferta o preço do produto disparou no mercado interno, levando a cotação da caixa da cenoura a R$ 45. Para Kleber Miada, o preço permite que o produtor fique longo do prejuízo, mesmo com as perdas na lavoura.
