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Mosca exótica faz produtor perder metade da safra de morangos no Rio Grande do Sul

Espécie Drosophila suzukii entrou nos pomares gaúchos há três anos e já é considerada a pior praga do morango; especialistas ainda não encontraram inseticida específico

Uma espécie de mosca vinda da China está causando perdas significativas no cultivo de morangos no Rio Grande do Sul. O inseto está presente em praticamente todos os pomares da fruta e é de difícil controle, já que ainda não foi encontrado um inseticida específico para combater a praga.

Produtor de morango há 20 anos, Orlando Moershel conhece as pragas que atacam seus frutos. Mas nos últimos três ciclos, ele se surpreendeu: um inseto minúsculo causou o maior estrago já visto na área.

“As outras já vêm a tempo, estamos sabendo lidar com elas. Mas como esta é uma nova, até para dizer a verdade, os próprios técnicos não sabiam no início e o clico é muito rápido. O morango é uma fruta muito delicada, as perdas são significativas”, relata o produtor.

A mosca Drosophila suzukii, entrou nos pomares gaúchos há três anos e já é considerada a pior praga do morango. Ela ataca a fruta e deposita os ovos, quando a larva nasce, se alimenta da polpa e é aí que está o maior dano.

“A gente acredita que esta é a praga que causa maior dano atualmente, pelo menos no Sul do Brasil. Uma praga nova que ataca diretamente o fruto, que é o que tem o valor comercial, e que ainda o controle é bastante difícil”, explica o engenheiro agrônomo da Emater/RS Luciano Ilha.

A orientação do profissional é, em primeiro lugar, manter o pomar livre de frutas contaminadas. “Retirar esses frutos da lavoura, especialmente não deixar frutos no chão e dar um destino adequado. Não adianta retirar o fruto da lavoura e jogar do lado. Tem que congelar previamente o fruto pra depois descartar”, ensina llha. “A gente tem como recomendação colocar num saco plástico e deixar duas semanas fechado, só depois descartar. Assim a gente tem a garantia que os ovos e larvas presentes no fruto que já começou a ser atacado vão ser eliminados”.

Inseticidas também ajudam no controle, o problema é que ainda não há no mercado um produto específico para a espécie de mosca. O agrônomo confirma que faltam inseticidas para o manejo adequado, com rotação de princípio ativo. “Se a gente repete sempre o mesmo produto, a eficiência vai diminuindo”, orienta ele.

Quebra 

Além de gastar mais com manejo, o agricultor está tendo prejuízo comercial. A quebra de safra pode variar de 15% a 50%, dependendo da época do ano. E ainda, como a mosca prefere atacar frutas maduras, os produtores antecipam a colheita e deixam de agradar ao consumidor.

“A gente tem que colher a fruta mais verde, consequentemente, já não tem tanto açúcar. Por outro lado, se tu colher ela um pouquinho mais madura, a fruta hoje ela é bonita, perfeita, no outro dia o consumidor recebe aquela fruta praticamente se desmanchando, podre, só que é uma larva que está dentro do fruto e a gente não vê por fora” reclama Moershel.

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