Cerca de 10% da área plantada de 150 mil hectares já sofreu ataque da doença que pode reduzir produção em até 40%
Fernanda Farias | Guaraí (TO)
A mancha alvo está reduzindo a produtividade das lavouras no Tocantins. O fungo foi identificado em todas as regiões mais cedo nesta safra. Mesmo assim, os produtores estão otimistas com a colheita.
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No oitavo produtor de grãos do país, visitamos o município de Guaraí. Nesta cidade, os produtores vêm de uma safra com problemas, por causa do excesso de chuva. No ano passado, a região colheu 42 sacos por hectare em média.
– Esperamos que seja bem melhor que no ano passado. Este ano é perfeito. Tivemos dois veranicos, mas tivemos chuva, sol, tudo que a planta precisa. Acredito que teremos 50 sacos de média – comemora o diretor da Associação dos Produtores (Aprosoja-TO) Marcos Luiz Bonafim.
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A produtividade só não deve ser melhor porque o produtor foi surpreendido por uma doença de fim de ciclo que apareceu mais cedo nesta safra. Desde o início do ano, os agricultores vêm tentando controlar a mancha alvo, um fungo que atinge a parte baixa da planta. Só na região de Guaraí, 10% da área plantada foram afetadas, 15 mil dos 150 mil hectares. Em algumas lavouras, teve quebra de 40%.
O produtor rural Mauro Berti acredita que perdeu 20%. Assim como a maioria dos produtores, ele não se preocupou em aplicar produtos preventivamente porque não esperava por uma infestação fora do tempo previsto.
– Quando eu vi a mancha, eu não sabia o que era: mancha alvo ou outra coisa. Eu fiquei aguardando para ver o resultado e, de repente, subiu e atrapalhou a produção – lembra Berti.
No primeiro ano de plantio, o sojicultor Marco Abrão viu 450 hectares dos 1200 que possui sofrerem danos com a mancha alvo.
– Fizemos uma aplicação que estava programada, antecipamos a outra. Não adiantou, aí trocamos o produtor, aí sim conseguimos parar, mas perdemos. Está complicado. Fizemos uma aplicação de potássio foliar para ver se consegue nutrir melhor a planta. Só depois de passar a máquina para ver o resultado – comenta.
O engenheiro agrônomo Everton Klaus explica que o fungo afetou duas variedades em especial: a Soytech 920 e a Monsoy 9144, que são suscetíveis à doença. Ele recomenda uma mudança de postura para a próxima safra.
– Conhecer melhor as variedades em relação à doença, então eu acredito que fica essa lição. Se preparar melhor para as doenças, inclusive com aplicações preventivas para doenças de final de ciclo – orienta.
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