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Safra começa com mais pressão da ferrugem asiática

Em Mato Grosso e no Paraná, inóculos da doença já preocupam; especialista orienta monitoramento constante para não aumentar os custos

A pressão de ferrugem asiática nesta safra tende a ser maior em algumas regiões do país. O alerta vem dos dois maiores estados produtores, Mato Grosso e Paraná. A falta de controle da soja voluntária nas beiras de estrada e o inverno com menor intensidade que o habitual são alguns dos motivos.

A Fundação ABC relata a enorme presença de soja guaxa com ferrugem em sua área de atuação que compreende o centro sul e nordeste do estado do Paraná e sul de São Paulo.

– Este ano nós tivemos um inverno pouco rigoroso, não tivemos geadas suficientes para eliminar as sojas guaxas. Esses eventos ajudam a aumentar a pressão de inóculo inicial de ferrugem – explica o engenheiro agrônomo da Fundação ABC Alan Vaz.

• Entenda a ferrugem asiática e a preservação dos fungicidas

O cultivo da soja foi liberado em seis estados (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Rondônia e parte do Pará). Por enquanto, não há o que se preocupar já que as primeiras lavouras ainda estão sendo semeadas, mas o produtor deve começar a monitorar sua lavoura desde as fases vegetativas. Podendo este monitoramento significar economia de gastos em uma safra apertada para o sojicultor.

– É importante que o produtor faça um monitoramento constante. Se ele consegue aplicar o fungicida no primeiro sinal da doença, ele pode almejar intervalos maiores para que tenha que realizar a segunda aplicação de fungicida. Se o produtor não estiver monitorando e iniciar o controle já com severidade da doença, aí ele poderá não obter um controle eficiente da doença, sendo necessário reduzir os intervalos entre as aplicações – orienta Vaz.

Outro ponto preocupante que favorece a ocorrência de ferrugem é a soja perene, uma planta com as mesmas características da soja só que mais rústica, que também é hospedeira da ferrugem asiática, presente principalmente em beiras de cerca e bordas de talhão, e que na maioria das vezes passa desapercebida e não é controlada. Por fim, a associação de alta presença de inóculo inicial com o clima favorável, uma safra de El Niño, que tende a ser mais chuvosa, poderemos observar pressão da doença igual ou talvez até superior a safra passada.

Mato Grosso

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) também alerta para a possibilidade de ferrugem asiática durante o início da safra de soja 2015/2016 no estado. Uma Rodada Técnica realizada pela entidade verificou soja voluntária em diferentes estágios, de recém-germinadas a pleno enchimento de grãos, nas regiões norte e oeste.

O Phd em Fitopatologia, José Tadashi, e pelo analista técnico Eduardo Vaz visitaram os municípios de Sinop, Feliz Natal, Cláudia, Vera, Campo Novo do Parecis e região. De acordo com ambos, um dos fatores para a germinação foram as chuvas nos últimos 15 dias.

– O período chuvoso foi suficiente para que essa soja germinasse. Encontramos algumas ao longo da BR-163 recém-germinadas e plantas em pleno enchimento de grãos (R3 a R6) na região Oeste. O que não deveria estar acontecendo nesta época – diz Eduardo Vaz.

Para Tadashi, a germinação da soja justifica o alerta de ferrugem asiática em Mato Grosso, uma vez que os esporos do fungo podem ser trazidos por ondas de ventos do Sul do país, do Paraguai e também da Bolívia.

– Na Bolívia, eles começam a plantar nos meses de julho e agosto. Ou seja, a ferrugem chega lá antes, o que faz com que ela também tenha a tendência de chegar aqui bem antes. Aliado aos ventos da Região Sul do Brasil, isso pode comprometer o produtor mato-grossense. O recado é que todos tenham atenção redobrada neste início de plantio – explica.

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