Sucessão familiar transforma fazenda em empresa de produção de soja

Soja Brasil

Sucessão familiar transforma fazenda em empresa de produção de soja

Durante passagem da equipe do Projeto Soja Brasil por Itaberá, em São Paulo, conhecemos a família do produtor aposentado João Batista Cesar

O aumento da tecnologia no campo além de reduzir custos, contribui para a eficiência das atividades na fazenda. Em Itaberá, sudoeste de São Paulo, o produtor João Batista Cesar passou tudo que aprendeu para o filho que, agora, com a ajuda de toda a família é quem gerencia os negócios, agregando as novas práticas agronômicas, a produção de soja nos 2 mil hectares.

João Batista tem quase 50 anos de experiência no campo. Herdou a profissão do pai que também seguiu os passos do avô. Na época, a roça desconhecia o significado da palavra tecnologia.

“Quando a gente começou a plantar aqui, a gente jogava calcário com um prato. Colocava uma quantidade na carreta e jogava, quer dizer era um manejo que se contar hoje, eles não acreditam”, diz ele.

Atualmente, uma propriedade rural para conseguir produtividade, rentabilidade e competitividade no mercado precisa ser tocada com planejamento e organização. É como uma equipe de futebol, ou uma empresa, todo mundo precisa mostrar competência no que faz.

“Aqui é igual no futebol, mas todos são camisa 10. Um é lateral mas não é menos importante. Aqui todos são camisa 10, para o sucesso da empresa”, diz Leandro Cesar, que há 10 anos recebeu a missão de gerenciar a propriedade para o pai.

Agora, por lá, o negócio é tocado como uma empresa, tem escritório, consultoria especializada e contabilidade profissional.

“Antigamente a gente era agricultor, produtor rural. Hoje temos que ser empresários rurais, senão você não vai ficar no mercado”, diz Leandro.

Nessa engrenagem, o engenheiro agrônomo é uma peças bastante importante. Ele faz todo o planejamento do plantio até a colheita, incluindo o monitoramento da lavoura.

“E com bom planejamento, com bons produtores, você consegue um custo menor. Aplicando no momento correto, você vai ter uma produtividade maior, maior rentabilidade no final e um pouco do custo menor”, diz o engenheiro agrônomo da fazenda, André de Nadai.

Em 2010, a mulher de Leandro, Andressa Cesar, também entrou na “empresa”, assumindo a administração financeira da propriedade. E, admite ser muito exigente com as contas.

Leandro a e esposa Andressa, ao lado do pai João Batista (à dir.) Foto: Antonio Petrin

“Eu quero saber se carro está gastando mais. Se eu preciso trocar. Se a máquina está quebrando peça demais. Eu quero saber o por que de tudo. Pois, se o boleto chega aqui, o valor é alto, eu vou ter que pagar”, afirma ela.

Os dois garantem que conseguem separar o pessoal do profissional e evitar problemas pessoais no trabalho.

“Marido e mulher a gente é depois das 18h. Aqui, a gente é sócio. A gente tem uma sociedade, é 50% meu e 50% dela que a gente fez a divisão”, diz Leandro.

O João Batista já pendurou as chuteiras, ou melhor, a enxada. Mesmo aposentado recebe um bom pro-labore.

“Nós já passamos por todas as dificuldades, hoje graças a Deus estamos numa situação mais confortável. Então é aproveitar a vida”, diz ele.

Se depender do Leandro a sucessão familiar vai continuar por lá.

“Eu tenho um filho de dois anos, e minhas filhas. Tomara que alguém siga essa sucessão da gente. Aí você fica com o pró-labore do seu pai. Aí eu que quero ficar viajando só e com o pró-labore garantido”, brinca.

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