— Não se trata de voltar ao passado, de rever documentos acordados. A Rio+20 não está modelada na Eco 92, mas no desenvolvimento sustentável a partir de duas mensagens-chave: economia verde e governança de modo sustentável — disse a ministra ao participar nesta quarta, dia 29, de audiência pública no Senado.
Izabella Teixeira ressaltou que é preciso definir os termos de aplicação da economia verde.
— Falta discutir se a economia verde leva à inclusão social, se realmente permite a geração de empregos. Não se coloca com clareza, também, se os países desenvolvidos estão, de fato, dispostos a transferir tecnologia.
Para a ministra, as ações do Brasil em favor da preservação do meio ambiente, na definição de metas de emissão de gás carbônico (um dos gases de efeito estufa) e na erradicação da pobreza fazem com que o país seja visto como estratégico na construção de soluções a partir da conferência.
— A leitura dos países é que o Brasil evoluiu muito nos últimos 20 anos, desde a Eco 92, mas que ainda tem os seus problemas e desafios imensos pela frente. Esse reconhecimento dá ao Brasil as condições de ser o país anfitrião, facilitador, negociador e de aproximação dos vários povos do planeta. É isso que se espera do país. Não é só uma agenda ambiental, é uma agenda de sustentabilidade e desenvolvimento — completou a ministra.
Um dos pontos sobre o qual ainda não há consenso, segundo a ministra, é quanto ao formato de reestruturação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), criado há 40 anos.
— O que se discute é o fortalecimento do Pnuma, com uma leitura de que esse fortalecimento pode ser feito passo a passo, tendo uma visão de gestão. O programa ganharia contornos de uma agência internacional, mas ainda não há consenso quanto a isso.
Chefes de Estado
A ministra afirmou esperar a “presença maciça de chefes de Estado”. Izabella Teixeira não quis adiantar os nomes confirmados e limitou-se a informar que o Primeiro Ministro da China já garantiu presença.
— Líderes europeus virão em peso, assim como outros líderes de nações-chave. Tão logo tenhamos os nomes, vamos torná-los públicos — disse.
Segundo ela, o governo brasileiro tem feito o máximo para estimular a participação da iniciativa privada e da sociedade civil, garantindo espaços e uma agenda oficial e ampla de atividades paralelas.
— Espaços estão sendo assegurados a diferentes grupos sociais que querem participar com programações específicas. Não há restrição alguma. Pelo contrário, estamos estimulando a participação e o engajamento. Esperamos mais de 50 mil participantes, entre credenciados e não credenciados. Mas há quem preveja muito mais — afirmou.