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PERÍODO DE SEMEADURA

Rio Grande do Sul pede revisão de calendário da soja

Estado está autorizado a plantar o grão apenas até 8 de janeiro. Decisão do Mapa afeta as 21 unidades da federação que produzem a oleaginosa

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou no dia 11 de julho a portaria que estabelece o calendário de semeadura da soja nos 21 estados produtores.

As datas buscam seguir o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática. Contudo, algumas regiões estão pedindo a revisão dos novos prazos. É o caso do Rio Grande do Sul, onde o vazio sanitário se estende de 3 de julho a 30 de setembro e a semeadura passa a ser autorizada de 1 de outubro a 8 de janeiro.

Dessa forma, o período para o plantio da oleaginosa ficou 40 dias menor do que na safra passada. “A cultura da soja safrinha vem tendo produtividades muito boas aqui na minha região com o plantio até final de janeiro. E o nosso zoneamento aqui ficou até 8 de janeiro, o que é absurdo”, diz o produtor Henrique Marasca, de Independência, no noroeste gaúcho.

Segundo ele, tem anos que chove muito em novembro e dezembro, forçando os produtores a semear após a nova data permitida. “É uma decisão que não dá para entender, que não tem argumento”.

Revisão do calendário da soja

A Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul já pediu ao Ministério da Agricultura uma revisão do calendário. A solicitação é para que a semeadura siga até 18 de fevereiro e possa viabilizar a safrinha de soja plantada em algumas regiões do estado, assim como outras culturas em sucessão, como o milho.

“O plantio se realiza não necessariamente em todos os 99 dias estabelecidos, mas em menos dias em função da viabilidade climática e condições de solo. Portanto, em função disso, a Secretaria da Agricultura está solicitando uma revisão nesse sentido após solicitação dos produtores”, conta o chefe de Defesa Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Ricardo Felicetti.

Outros estados foram afetados

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Plantio de soja. Foto: Divulgação

A definição das datas de vazio sanitário e semeadura são baseadas em estudos feitos pela Embrapa. Na safra passada, conforme o Consórcio Antiferrugem, foram 295 casos de ferrugem-asiática no país, 48,5% a menos do que o registrado no ciclo 2021/22.

Todos os estados agora contam com 100 dias para o plantio. No entanto, a mudança trouxe impactos para outros produtores, como Mato Grosso, o maior em cultivo e exportação de soja. Por lá, o prazo que ia até 3 de fevereiro passa a ser limitado a até 24 de dezembro.

O Paraná, por sua vez, poderá plantar somente até 19 de dezembro, redução de 40 dias ante o prazo anterior. Em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, a redução é de oito dias no calendário. Já Goiás ganha dois dias e a Bahia, oito dias. Confira aqui a tabela com os novos prazos para os 21 estados.

“Há uma urgência nessa definição para organização dos produtores e das empresas para viabilizar a logística, os insumos, dados de plantio e todo o planejamento”, diz Felicetti, da Seapi.

Já o produtor Henrique Marasca lembra que o novo período afeta até a produção de sementes, que é feita na região, visto que a temperatura mais amena favorece a fabricação do insumo na soja segunda safra.

“É mais um golpe para a nossa agricultura, que já vem sofrendo consecutivamente com perdas de produtividade, seca e agora muita água no inverno. A gente não precisava de mais essa aí”.

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