Abiove reduz projeção da safra de soja para 125,3 milhões de toneladas

Soja Brasil

Abiove reduz projeção da safra 2022 de soja para 125,3 milhões de toneladas

Apesar da queda na safra, o processamento estimado se mantém inalterado em 48 milhões de toneladas

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reduziu a projeção da safra de soja de 2022 para 125,3 milhões de toneladas.

A previsão corresponde a uma queda de 7,7% em comparação com a estimativa anterior, de janeiro (135,8 milhões de t).

Segundo a entidade, o corte leva em consideração “as perdas decorrentes dos problemas climáticos que afetaram algumas regiões do país”.

Apesar da queda na safra, o processamento estimado se mantém inalterado em 48 milhões de toneladas, em virtude das boas expectativas para a exportação do farelo e do óleo de soja, bem como para o consumo interno de farelo.

A Abiove esclarece que, em janeiro de 2022, o setor processou 2,6 milhões de toneladas, para uma amostra que historicamente representa 83,5% do esmagamento nacional. Corrigindo esta quantidade para contemplar toda a cadeia nacional de soja, o resultado indica um crescimento de 19,7% sobre janeiro de 2021, atingindo 3,1 milhões de toneladas.

Óleo de Soja
Foto: Abiove

A venda doméstica de óleo de soja deve alcançar 7,9 milhões de toneladas este ano, queda de cerca de 1,5% em comparação com 2021 (8,017 milhões de t), e o mesmo patamar registrado em 2019, em virtude da manutenção da mistura do biodiesel ao diesel fóssil em 10% (B10) ao longo do ano.

Segundo comunicado da Abiove, por causa principalmente do menor consumo doméstico, o estoque de passagem está projetado em recorde para 2023, em mais de 600 mil toneladas. A exportação e a produção continuam sem mudanças ante as estimativas anteriores em, respectivamente, 1,7 milhão e 9,7 milhões de toneladas.

Dados consolidados

A Abiove concluiu as estatísticas de 2021 do complexo soja, e confirmou que no ano passado o Brasil colheu a maior safra da sua história, 138,9 milhões de toneladas, que resultou em recordes de 86,1 milhões de toneladas exportadas e em 47,8 milhões de toneladas processadas.

Conforme a associação, este esmagamento, 2% superior a 2020, refletiu em produção e venda recordes do farelo de soja. A quantidade produzida alcançou 36,8 milhões de toneladas, das quais 52% destinaram-se ao abastecimento do mercado nacional (19,2 milhões de toneladas) e 17,2 milhões à exportação, além da formação de estoque.

No caso do óleo de soja, o destaque coube à exportação. Ela desempenhou papel fundamental para absorver parte do óleo inicialmente destinado à produção de biodiesel. Segundo a Abiove, a redução da mistura obrigatória do biodiesel ao diesel fóssil pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), contrária ao legalmente previsto para o ano, frustrou a demanda doméstica pelo óleo de soja, hoje a principal matéria-prima do renovável. Como resultado, enquanto o consumo interno de óleo caiu 6% sobre 2020, a exportação cresceu quase 50% no período.

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