Maçã: Santa Catarina espera colher melhor safra da história

Agricultura

Maçã: Santa Catarina espera colher melhor safra da história

Mesmo com os impactos da estiagem, produtores rurais permanecem confiantes por conta da qualidade observada nas frutas

Maior produtor nacional de maçã, Santa Catarina dá início à safra com a melhor qualidade da história. Mesmo com uma redução na quantidade colhida, os produtores esperam frutas com sabor e aparência diferenciadas – e mais valorizadas no mercado nacional e internacional.

“Santa Catarina é o maior produtor nacional de maçã e um grande exportador, isso faz com que toda a economia do nosso estado se fortaleça. Tivemos um ano difícil, com a estiagem, mas, mesmo assim, o agro segue superando as adversidades. Estamos aqui celebrando a abertura da colheita com a nossa equipe da Epagri e da Cidasc e também ao lado dos produtores, os verdadeiros protagonistas, que fazem o agro acontecer e levam o nome de São Joaquim para o Brasil e para o mundo”, destaca o secretário da Agricultura, Altair Silva.

Santa Catarina espera uma safra de 601,5 mil toneladas, mais da metade de tudo o que é produzido no país. Embora tenham sofrido os impactos da estiagem, os produtores estão confiantes devido à qualidade das frutas colhidas. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã, Moisés Lopes de Albuquerque, as frutas mais doces são características dos anos mais secos e acabam sendo mais valorizadas pelos mercados compradores.

“Temos frutas com uma qualidade excelente. Estamos com uma fruta doce, bastante suculenta, firme e aromática. Em termos de sabor, temos a melhor safra da nossa história. Como a fruta está bastante atrativa, a demanda também tem sido maior. Nas primeiras semanas do ano, os produtores já têm vendido um volume maior do que no ano passado, em função da demanda do mercado”, ressalta.

O estado conta com aproximadamente três mil produtores, basicamente agricultores familiares na região de São Joaquim e Fraiburgo. Em Santa Catarina, as principais variedades produzidas são Gala e Fuji.

Indicação Geográfica da Maçã Fuji

A Maçã Fuji da Região de São Joaquim foi a sexta Indicação Geográfica (IG) conquistada por Santa Catarina. A certificação, na categoria de Denominação de Origem (DO), abrange uma área de 4.928 quilômetros quadrados nos municípios de São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urupema, Urubici e Painel.

maçã, fruta
Foto: Pixabay

Uma IG atesta que um produto só tem aquelas características porque é produzido de determinada forma, ou porque tem notoriedade na produção. A Denominação de Origem parte do pressuposto de que as características geográficas (naturais e humanas) dessa região determinam a singularidade e a qualidade do produto.

Apoio do governo do estadual

Os fruticultores de Santa Catarina contam com o apoio da secretaria da Agricultura para a proteção de pomares de maçã, trazendo mais segurança à produção. No último ano, foram mais de 60 agricultores atendidos com o Programa Investe Agro SC – Incentivo à Cobertura de Pomares, com recursos que passam de R$ 70,4 mil.

Com o Programa, a Secretaria da Agricultura subvenciona os juros dos financiamentos contraídos pelos produtores rurais para a instalação de tela antigranizo. Os financiamentos têm um limite de R$ 120 mil, juros de até de 2,5% ao ano e durante um período máximo de oito anos.

Diferencial catarinense

Santa Catarina faz parte da única região do mundo a erradicar a Cydia pomonella. A praga, também conhecida como traça da maçã, pode causar grandes prejuízos aos produtores rurais e está longe do território catarinense há quase 10 anos.

A Cydia pomonella é considerada o pior inseto praga da fruticultura no mundo e mantê-la fora de Santa Catarina exige um trabalho contínuo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e produtores rurais. A abertura de mercados é apenas um dos resultados obtidos após a erradicação da praga, pois a qualidade geral dos frutos também é preservada, uma vez que não é necessário o uso de inseticidas para o controle da doença nos pomares.

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