Nasa quer ampliar parceria com Brasil no combate ao desmatamento da Amazônia

MONITORAMENTO

Nasa quer ampliar parceria com Brasil no combate ao desmatamento da Amazônia

Administrador da Nasa se reúne com presidente brasileiro e discute cooperação aeroespacial entre os dois países para monitoramento e preservação da floresta amazônica

A agência espacial americana (Nasa) demonstrou interesse em expandir sua colaboração com o Brasil no monitoramento do desmatamento da Amazônia e em ações de preservação ambiental. O encontro entre o administrador da Nasa, Bill Nelson, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrido nesta segunda-feira (24) no Palácio do Planalto, em Brasília, focou nas oportunidades de cooperação aeroespacial entre Brasil e Estados Unidos.

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também esteve presente na reunião e indicou que o presidente Lula em breve conversará com o presidente Joe Biden sobre os temas tratados no encontro desta segunda, com a previsão de um telefonema entre os líderes ainda esta semana.

Bill Nelson, ao falar com a imprensa após o encontro, destacou a contribuição dos satélites americanos no auxílio aos cientistas brasileiros no monitoramento da floresta amazônica e anunciou planos de lançar três novos satélites que aumentarão significativamente a capacidade de identificação e prevenção do desmatamento.

Nasa pode ajudar a aprimorar produtividade no campo

O administrador da Nasa também enfatizou que a agência possui instrumentos capazes de aprimorar a produtividade no campo, ao identificar umidade do solo e do ar, além de detectar pragas, proporcionando benefícios adicionais em parcerias futuras.

No itinerário da visita, Bill Nelson tem agendado para esta terça-feira (25) visitas às instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embraer, em São Paulo. A programação inclui reuniões com cientistas dos dois países para estabelecer planos de acompanhamento.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, enfatizou que qualquer tipo de parceria para monitoramento das florestas depende da aprovação das autoridades científicas que acompanham a política aeroespacial brasileira. Essas autoridades poderão indicar a real necessidade de utilização dos equipamentos e sistemas propostos, bem como avaliar a viabilidade do cruzamento de informações.

Luciana Santos mencionou também que em breve entrará em operação um novo radar sintético, capaz de captar imagens através das nuvens, o que irá aprimorar ainda mais o combate ao desmatamento na Amazônia.

O Brasil vê a visita do presidente da Nasa como uma oportunidade para as autoridades americanas observarem as potencialidades da indústria brasileira no setor espacial. A ministra explicou que o país possui empresas com capacidade de produção para fornecer equipamentos à Nasa e ao setor aeroespacial em geral.

Missão à Lua

A cooperação entre Brasil e Estados Unidos na área espacial já possui histórico de décadas, com destaque para o Programa Artemis, que visa explorar as potencialidades da Lua e tem o objetivo de levar astronautas ao satélite natural no próximo ano. Além disso, foram firmados acordos para utilização da Base de Alcântara, no Maranhão, e para o estudo do fenômeno da ionização da atmosfera, especialmente no Atlântico Sul.

A reunião no Palácio do Planalto, que durou cerca de uma hora e meia, foi marcada por troca de presentes, com Bill Nelson presenteando o presidente Lula com uma foto da última missão da Nasa à Lua, realizada entre novembro e dezembro do ano passado, com um foguete não tripulado.

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