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Economia

Nova isenção da taxa do IR busca cooptar a classe média, diz Daoud

Para o comentarista, presidente vem construindo a sua base de apoio pelas minorias, mas medidas econômicas também buscam acenar aos demais

A partir desta segunda-feira (1), o trabalhador que recebe salário mínimo tem o segundo reajuste do ano. A remuneração mensal passou de R$ 1.302 para R$ 1.320. A nova cifra está acima da inflação, ou seja, foi um aumento real.

O valor originalmente estava previsto no Orçamento Geral da União de 2023. No entanto, foi adiado em quatro meses porque a cifra não permitiria pagar que os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fossem pagos durante todo o ano.

O dinheiro veio, assim, do recadastramento do Bolsa Família, que eliminou 1,2 milhão de beneficiários em situação irregular apenas em abril.

Agora o governo busca discutir uma política de valorização permanente do salário mínimo a partir de 2024. Na última sexta-feira (28), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, informou que o governo em breve enviará um projeto de lei que retoma a fórmula que vigorou de 2012 até 2019.

Nova tabela do imposto de renda

O governo federal também confirmou a elevação da taxa de isenção do imposto de renda para R$ 2.640. Até o final do mandato, em 2026, espera-se que esse número suba para pessoas que ganham ate R$ 5.000. O objetivo, com isso, é beneficiar a classe média.

Contudo, para Daoud, não é possível empreender esta nova taxa sem a Reforma Fiscal. “O governo vai precisar ajustar porque a perda de arrecadação será significativa”.

Para o comentarista, o presidente Lula vem construindo a sua base de apoio por meio das minorias. “Ele vem permitindo as ações do MST, vai tentar criar novamente um imposto sindical”.

De acordo com Daoud, quando o presidente corrige a tabela do imposto de renda, tem como objetivo também o de cooptar a classe média. “Temos de ver e ficar atentos a esse projeto e se ele vai dar certo. É um custo muito grande e o aumento da inflação pode tirar a sua popularidade”.

População atingida com o aumento do salário mínimo

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Foto: Agência Brasil

Ao todo, 54 milhões de brasileiros são impactados direta ou indiretamente com o valor do salário mínimo, ou seja, 25,4% da população.

De acordo com o comentarista Miguel Daoud, evidentemente que R$ 18 reais a mais não são suficientes para as pessoas arcarem com a compra de alimentos e insumos básicos.

“No entanto, segundo o governo e o que olhamos nas contas públicas, é o possível. […] dar um aumento desses, apesar de pequeno, é uma sinalização. O salário mínimo não tinha aumento, real principalmente, há seis anos e isso acaba, evidentemente, ajudando a população de uma maneira não acentuada, mas lhe dá mais renda diante do processo inflacionário que estamos vendo”, opinou.

Daoud lembrou que entre 70% a 80% da renda de pessoas que ganham até um salário mínimo é destinada para a compra de alimentos. O aumento vai, sem dúvidas, ajudar nessa compra. Só espero que essa demanda não turbine ainda mais a inflação”.

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