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CERÂMICA DA ALEGRIA

Cerâmica tradicional de Ipu, Ceará, conquista Indicação Geográfica

Reconhecimento valoriza o artesanato da zona rural do Ceará e fortalece o mercado para pequenos produtores

Cerâmicas do Ceará
Foto: Divulgação | ASN Nacional

A comunidade rural de Ipu, localizado a quase 300 quilômetros de Fortaleza, no Ceará, celebra uma grande conquista.

 O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu à Cerâmica da Alegria o selo de Indicação Geográfica (IG), na modalidade de Indicação de Procedência (IP). 

A novidade reforça a tradição artesanal local e coloca os artesãos da região em destaque no cenário nacional.

Com a certificação, o Brasil soma agora 132 registros de IG, sendo 103 Indicações de Procedência, 29 Denominações de Origem e 10 estrangeiras. 

Atualmente, o selo é considerado um marco para os produtores de Ipu, que preservam técnicas ancestrais de trabalho com o barro.

“Recebemos a notícia com muito entusiasmo, com muita alegria. Agora somos reconhecidos no Brasil todo. Vamos agora atrás de mais parcerias, mais clientes. Queremos agradecer muito ao Sebrae, que nos apoiou, e a todo mundo que se engajou nessa conquista”, comemorou Samuel Fortuna Sousa, presidente da Associação dos Artesãos da Alegria.

Apoio fundamental para pequenos artesãos

O Sebrae/CE teve papel importante no processo de obtenção da IG. Hulda Giesbrecht, coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro da instituição, ressaltou que o selo fortalece a reputação da produção artesanal, promove a história local e abre novos mercados para os ceramistas.

“A IG terá um papel fundamental de dar continuidade  à história desses produtos, além de fortalecer a reputação da produção e promover a abertura de novos mercados”, comentou Giesbrecht.

Esse reconhecimento incentiva a preservação de saberes tradicionais e potencializa o crescimento econômico da comunidade, promovendo o artesanato como fonte de renda sustentável.

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Cerâmica moldada pela história

A técnica usada para moldar as peças da Cerâmica da Alegria é uma herança deixada pelos indígenas Tabajara, antigos habitantes da região.

Eles trabalhavam o barro para confeccionar urnas funerárias, com o objetivo de conservar as cinzas dos familiares.

Com o passar dos séculos, a cerâmica adquiriu novas funções. Por exemplo, passou a ser utilizada para armazenar água, além de servir como utensílios domésticos.

Atualmente, essa tradição permanece viva. Enquanto as mulheres moldam as peças manualmente, os homens extraem o barro e realizam a queima nos fornos.

A produção, por sua vez, é bastante variada e atende a pedidos personalizados. Entre os itens produzidos estão panelas, bandejas, jarras e peças de decoração, apenas para citar alguns exemplos.

A artesã Clara Oliveira é uma das principais guardiãs desse saber ancestral.

“Hoje tenho 41 anos, duas filhas e sustento a casa sozinha. Agradeço muito a Deus e à minha mãe por ter aprendido essa profissão. Acredito que, com a Indicação Geográfica, nossas peças serão muito mais valorizadas, tanto porque são resistentes quanto pela possibilidade de agregar ainda mais valor,” destacou Oliveira.

Reconhecimento que fortalece a tradição

Foto: Arquivo pessoal | ASN Nacional

Desde 2020, o Sebrae/CE atua no mapeamento de produtos típicos com potencial para Indicação Geográfica.

O objetivo é preservar práticas tradicionais e apoiar o desenvolvimento sustentável nas comunidades locais.

A Cerâmica da Alegria reflete essa missão: o reconhecimento valoriza o compromisso dos artesãos com a qualidade, a preservação do meio ambiente e a cultura regional.

Para os produtores de Ipu, a conquista da IG é apenas o começo de uma nova fase. A certificação promete não apenas reconhecimento cultural, mas também maiores oportunidades econômicas, turismo e fortalecimento da identidade local.

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