Se para proteger a nossa saúde evitamos nos expor ao ar gelado, com os animais é a mesma situação. Especialmente em dias frios como os que estamos enfrentando agora, o manejo não pode falhar. Independente de quantos graus faz lá fora, dentro dos aviários o controle da temperatura é constante e o ambiente tem que ser aconchegante. Algumas adaptações são necessárias para manter o bom desempenho das aves durante o inverno.
Cuidados especiais com os pintinhos
Quando os termômetros marcam temperaturas de um dígito, como 9 graus, pode acender o sinal de alerta. Se estiver criando pintinhos é melhor redobrar os cuidados, pois até completarem quatro semanas da vida as aves não têm o empenamento completo. O produtor precisa investir em um bom estoque de pellets ou lenha e acender as fornalhas seis horas antes da chegada do lote. Se a cama for nova e, por isso, mais fria, aí pode aumentar para doze horas de antecedência ou até 24 horas. Nada de piso gelado e de animais amontoados. Também é importante ajustar os painéis em relação à ventilação mínima e observar a vedação da granja, lembrando que as cortinas não podem ter furos.
De olho na temperatura da água
Outro problema nessa época é com a água. Os pintos reduzem muito o consumo por conta da temperatura, que deve estar entre 15 a 20 graus. Quanto menor o consumo de água, menor o consumo de ração, e sua criação pode perder peso.
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Fique atento à amplitude térmica
O Guilherme Henrique Silva é extensionista na região de Amparo, no interior de São Paulo. Ele contou que nos últimos dias a temperatura mínima na cidade alcançou os 4 graus durante a madrugada, mas a máxima chegou aos 24 graus durante os períodos mais quentes do dia, ou seja: uma amplitude térmica de 20 graus! Como os técnicos já haviam informado os produtores sobre a frente fria que se aproximava, eles se preparam antes e tomaram cuidados especiais.
Mantenha-se informado e se prepare com antecedência
Mesmo se preparando com antecedência, o cenário é bastante desafiador. Guilherme contou que nas visitas às granjas registrou todas as informações relacionadas à temperatura. Por exemplo: se o produtor está utilizando a cortina interna, a cortina transversal, os circuladores de ar e a fornalha de forma adequada. O conforto térmico é essencial para garantir o melhor desempenho zootécnico das aves
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Palavra do especialista
De acordo com o médico veterinário João Nelson, pensar que as aves não sentem frio por terem penas é uma ilusão. “As aves têm baixa capacidade de produção de calor e manutenção da temperatura corporal, porque o sistema termorregulador na fase inicial ainda é pouco desenvolvido. Qualquer ventinho ou frio que as aves possam sentir através da cama influência no baixo consumo de ração ou água, afetando os resultados da produção”, explica. Ele também destaca que o frio pode levar às aves a desenvolverem problemas respiratórios, portanto, no inverno, além do aquecimento, a ventilação também é necessária para a troca de ar dentro dos galpões.
Temperatura da cama
João destaca que o aquecimento deve ser reforçado sempre que a temperatura interna dos galpões estiver abaixo do ideal. Ele também chama a atenção para a temperatura da cama, pois os pintinhos perdem calor pelas patas. “Em contato com uma cama fria, eles vão sentir muito frio. A temperatura da cama deve estar em torno dos 32 graus, e isso é crucial para a manutenção do conforto térmico. Os pintinhos possuem penugens, que não os protegem das baixas temperaturas”, diz. João lembra que todos os animais demonstram pelo comportamento quando sentem frio ou calor. Aves amontoadas? Fique atento! Aglomeração resulta em maior umidade da cama, o que prejudica a produção.
