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Prevenção efetiva: conheça um processo de vacinação oral de matrizes

Atender ao calendário de aplicações ajuda a garantir a proteção das galinhas e dos futuros filhotes

Assim como sabemos que existe uma centena de doenças, sabemos que muitas delas podem ser evitadas com vacina. Um cronograma de aplicações deve ser obedecido para garantir a imunização tanto de humanos como dos animais. Para manter as aves protegidas durante todo o ciclo de vida, um rígido protocolo deve ser seguido pelos produtores nas granjas. Acompanhamos a médica veterinária Isabela Beloti em um processo de vacinação oral contra bronquite infecciosa, em uma granja de matrizes no interior de São Paulo.  Na fase de produção, esse procedimento acontece a cada seis ou oito semanas para garantir o nível de anticorpos ideal nas aves. 

Vias de aplicação

De acordo com Isabela, a imunização das matrizes é extremamente importante para proporcionar bemestar e garantir que as aves não contraiam uma série de doenças, protegendo e garantindo também a imunização da progênie. A imunização é realizada principalmente por meio da vacinação na recria, ou seja, quando as aves ainda estão jovens. “Atendemos rigorosamente às idades e datas corretas para aplicação das vacinas. Entre as vias de aplicações temos a oral, que realizada de forma rápida por meio da água de bebida e não causa estresse aos animais. Também temos a intramuscular, a punção na asa e ocular. As aplicações variam de acordo com as doenças”, explica a veterinária. 

Planejamento 

Antes de iniciar o procedimento, seja na recria ou na produção, é necessário realizar um planejamento com pelo menos um dia de antecedência, como orienta Isabela. “Para garantir a qualidade da operação, é preciso garantir que todo o equipamento necessário para a vacina esteja organizado e disponível em quantidades ideais, como a pastilha  neutralizadora, a caixa de isopor, o gelo e os equipamento para mistura, seja um cano de PVC ou um balde específico para a finalidade”, destaca. A limpeza prévia das caixas d’água também é muito imprescindível. 

Primeiras etapas

O primeiro passo é testar a qualidade da água que será utilizada, que deve atender à quantidade de cloro de um ppm. São erguidas as linhas de nipple e é adicionado, diluído e misturado o inativador ou neutralizador de cloro, que leva vinte minutos para fazer a ação na água. “Para retirar todo o cloro residual da água, assegurando que os vírus da vacina continuem vivos, são dez pastilhas para cada caixa”, explica Isabela.  

Preservação da vacina

Com todo o material em mãos, a vacina deve ser sempre mantida no gelo para que seja preservada a temperatura ideal entre 2 a 8 graus. “Aí, é preciso retirar um pouco da água já preparada em um balde limpo e, debaixo da água, abrir os frascos. Após colocar a quantidade correta, deve-se misturar com o restante do volume de água da caixa”, diz.

Efetividade da operação 

Após colocar a vacina, é marcado o horário da operação e feito o flush, que significa aumentar a pressão do nipple para que a vacina chegue até o final da linha dos bebedouros. “Para verificar se isso aconteceu, observarmos o corante ao final da linha.  Aí, sim, quando confirmado, são baixadas as linhas de todos os boxes ao mesmo tempo até a altura das galinhas, garantindo que todas vão ingerir a vacina ao mesmo tempo e que teremos cem por cento de efetividade”, explica Isabela. Depois que as aves consumirem todo o volume, as caixas d’água podem ser abertas novamente normalmente.