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Brasília

‘Eu quero conversar para saber qual é a bronca’, diz Lula sobre produtores rurais

Em discurso na sede do governo de transição, presidente eleito destaca alta nos juros e fala sobre financiamento da dívida agrícola em seu mandato anterior

Nesta quinta-feira (10), durante reunião com políticos aliados, na sede do governo de transição, em Brasília (DF), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que quer saber qual a “bronca” que os produtores rurais – que chamou de ruralistas – têm contra ele.

Lula afirmou que, em seu mandato, realizou o maior financiamento da securitização da dívida dos agricultores brasileiros: R$ 89 bilhões, com a medida provisória nº 452 de 2008. “Então, quando as pessoas falam ‘os ruralistas estão com bronca’, eu quero conversar para saber qual é a bronca. Porque, no nosso tempo, um empreendedor do agronegócio comprava um trator com 2% ou 3% de juros ao ano. Hoje está pagando 18%”, disse.

O presidente eleito também comentou que a principal missão do seu governo será combater a fome e a miséria do Brasil e que é inadmissível que o país – um dos maiores produtores de alimento e proteína animal do mundo – ainda tenha esse problema.

“Desculpem, mas o fato é que eu jamais esperava que a fome voltasse a este país. Jamais. Quando deixei a Presidência da República, imaginava que nos dez anos seguintes este Brasil estaria igual à França, estaria igual à Inglaterra, teria evoluído do ponto de vista das conquistas sociais”, acrescentou.

O petista falou por cerca de 50 minutos a deputados, senadores e representantes partidários. Estiveram presentes também integrantes da equipe de transição, como a senadora Simone Tebet, o vice-presidente Geraldo Alckmin e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann.

Lula e Banco do Brasil

Lula garantiu que, em seu governo, o Banco do Brasil não será privatizado e que e Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltarão a ser bancos de investimento, inclusive para pequenos e médios empreendedores.

Ele defendeu que o desenvolvimento social deve ser tão importante quanto o econômico. “Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gastos, não discutem a questão social desse país? Por que o povo pobre não está na planilha de discussão da macroeconomia? […] Eu quero dizer que a única razão que eu tenho de voltar é tentar restabelecer a dignidade do nosso povo”.

No discurso, Lula disse ainda que pretende manter o diálogo com todos os partidos garantiu que a autonomia das instituições serão respeitadas. “Estamos aqui para provar que nós queremos estabelecer um diálogo entre os partidos políticos. Não venham me dizer ‘ah, você vai conversar com o centrão?’ Eu não vou conversar com o centrão, eu vou com deputados e deputadas eleitos por partidos políticos que se uniram em determinadas circunstâncias, desde a constituinte”.

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