Novo arcabouço fiscal será apresentado ao Congresso na próxima semana | Canal Rural Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Brasília

Novo arcabouço fiscal será apresentado ao Congresso na próxima semana

Na Câmara, oposição diz que proposta traz insegurança sobre a reforma tributária. Já o PT entende que emendas podem comprometer medida 

O governo vai enviar na próxima semana ao Congresso Nacional o projeto de lei complementar do novo arcabouço fiscal do país, que vai substituir o regime de teto de gastos. O anúncio foi feito na quinta-feira (30) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O texto foi apresentado nesta semana ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e aos líderes governistas.

Segundo o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), líder da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Câmara, o arcabouço fiscal vem em um bom momento. “Nós precisávamos de sinais positivos para controlar a inflação e dar credibilidade à política fiscal do governo”. 

Porém, na avaliação do parlamentar, a proposta trata com timidez a questão dos cortes de gastos públicos. “Precisaríamos de uma proposta que fosse mais incisiva, em curto prazo, na diminuição da despesa do governo. O que está sendo proposto é que haja uma dependência nos próximos anos daquilo que poderá evoluir a despesa, restringindo-a a 70% do crescimento da despesa”, defende o líder da FPA. 

“Ficamos duplamente cautelosos, com receio de que possa vir uma intenção de aumento de arrecadação para a reforma tributária” –  Deputado Arnaldo Jardim 

O deputado do Cidadania também defende a retomada da discussão sobre a reforma administrativa. “Não houve, até agora, nenhum sinal de preocupação em relação a isso. O governo atual aumentou o número de ministérios e nós gostaríamos que viesse a retomada da preocupação com uma reforma administrativa que buscasse dar mais eficiência e eficácia ao gasto público”.

“Apostamos no diálogo”, diz Zé Neto (PT-BA) sobre análise do arcabouço fiscal

Segundo o deputado federal Zé Neto (PT-BA), o texto do arcabouço fiscal já vem sendo construído desde o período da transição de governo e deve ser apresentado ao Congresso até o fim da primeira quinzena de abril. A tramitação, de acordo com o parlamentar, iniciará pela Câmara dos Deputados.

“Teremos oportunidade, tanto na Câmara quanto no Senado, na tramitação, de opinar sobre o que espera o governo e o que o Estado brasileiro precisa para que possamos, com esse arcabouço fiscal, dar mais segurança jurídica, mais estabilidade para o Brasil e mais horizonte para quem quer empreender e para trabalhadoras e trabalhadores que querem ter um salário um pouco mais ajustado”.

O parlamentar disse que o governo está realizando o diálogo em diversos níveis para que a proposta sofra o mínimo de ajustes possível.  “Acreditamos que, com muito diálogo, vamos fazer o Congresso entender o que já entendeu na reforma tributária, de que essa medida, do arcabouço fiscal, não é uma medida só de interesse de governo é uma medida de interesse do Estado brasileiro, da União”.

Emendas

Para o economista e analista político Alessandro Mazzoni, por ser uma proposta muito técnica, é importante que o texto seja aprovado na íntegra pelos parlamentares. “Imagina levar esse texto técnico para o Congresso e começar a vir aquelas emendas ‘jabutis’, que a gente não sabe aonde vai parar. A primeira missão do governo é tentar fazer um esforço de aprovar o texto na íntegra, justamente para não haver distorções como nós tivemos na reforma da previdência”, ressalta o especialista. 

Na avaliação do economista, o novo modelo é mais inteligente porque é mais flexível, ao prever que o crescimento das receitas possa ser usado em investimentos. “No setor público, não tem essa visão de lucro, então, ele não pode ter sobra de caixa. Sobra de caixa é ineficiência do governo, é deficiência de aplicação de recursos”, completa.

Sair da versão mobile