Operação desmantela falsificação de defensivos agrícolas Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Nacional

Operação desmantela organização que falsificava defensivos agrícolas

Foram 55 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, 22 mandados de busca e apreensão de veículos E 37 mandados de sequestro de bens e rendas

Na manhã desta quinta-feira (15), a Polícia Civil gaúcha, por intermédio do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas de São Luiz Gonzaga (Draco), contando com a participação de diversos órgãos de segurança pública e fiscalização dos estados do Rio Grande do Sul (RS), Paraná (PR) e Bahia (BA), todos integrantes da Operação Hórus, deflagrou operação em três estados e desmantelou organização criminosa que vendia e falsificava defensivos agrícolas proibidos no Brasil.

+ Polícia Civil cumpre 11 ordens judiciais em Mato Grosso por roubo e furto de defensivos

Foram executadas mais de 160 ordens judiciais contra uma organização criminosa que comercializa e falsifica defensivos agrícolas de uso proibido no Brasil. Dentre as ordens judiciais destacam-se 11 mandados de prisão preventiva (chefias da organização), 55 mandados de busca e apreensão em residências e empresas (em 15 cidades do Rio Grande do Sul, uma do Paraná e cinco na Bahia), 22 mandados de busca e apreensão de veículos (usados ou adquiridos pela organização criminosa), 37 mandados de sequestro de bens e rendas e suspensão dos CNPJs das empresas “laranjas”.

A operação policial é resultado de uma investigação que vem sendo realizada pelo DPI e pela Draco São Luiz Gonzaga (RS), que coordenam a Operação Hórus na Polícia Civil do RS. Ambos são coordenados também pelo DPI da SSP e Chefia da Polícia Civil. No RS, além de 125 policiais civis, participaram policiais e agentes da Brigada Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Rodoviária Federal, Batalhão de Operações Especiais, Ministério da Pecuária, Agricultura e Abastecimento, Receita Federal, Secretaria Estadual da Agricultura e Instituto-Geral de Perícias. No Paraná e Bahia participaram a Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério da Pecuária, Agricultura e Abastecimento.

A investigação contra a falsificação de defensivos agrícolas

operação contra falsificação de defensivos agrícolas 2
Foto: Polícia Civil do RS

As investigações da Draco São Luiz Gonzaga iniciaram há cerca de um ano, a partir de uma demanda da coordenação central da operação Hórus (Ministério da Justiça, em Brasília), juntamente com a Secretaria de Segurança Pública do RS e Chefia da Polícia Civil, já que estudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicavam que, desde meados do ano de 2021, o RS tornou-se a porta de entrada de defensivos ilegais fabricados na China e na Índia, que ingressam no território brasileiro pelos países vizinhos da Argentina e Uruguai.

Tal situação, que representa enorme risco à saúde pública, ao meio ambiente e à economia local e nacional, resultou num trabalho conjunto coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública que, por intermédio da Operação Hórus e Operação Controle Brasil, mapeou alguns grupos envolvidos e os pontos de ingresso dos defensivos agrícolas, resultando num trabalho investigativo amplo, que congregou todas as bases Hórus da Polícia Civil (São Luiz Gonzaga, Santiago, Bagé, Passo Fundo e Três Passos).

A organização criminosa tinha como sede principal a cidade de São Luiz Gonzaga (RS) e se dividia em 6 células, que eram compostas por 34 pessoas físicas e 3 pessoas jurídicas (empresas). Dois grupos menores, um deles sediado na zona rural de Roque Gonzales (RS) e outro em Humaitá (RS), eram os responsáveis pelo fornecimento dos defensivos proibidos e insumos usados na falsificação.

As demais quatro células se dividiam na falsificação dos produtos e embalagens, na venda dos defensivos agrícolas proibidos e na lavagem da renda do crime por meio de “laranjas”, tendo como sede principal a cidade de São Luiz Gonzaga/RS.

Ação passava por contas de “laranjas”

No decorrer das investigações, que contaram também com a participação efetiva dos demais órgãos de segurança pública e fiscalização envolvidos na operação Hórus de grande parte do Brasil, apurou-se que a organização criminosa era chefiada por um grupo de produtores rurais e empresários, alguns deles do ramo de insumos agrícolas, sendo que alguns deles movimentaram, em poucos meses – de janeiro a agosto de 2022 – mais de 25 milhões de reais em contas bancárias de “laranjas” (empresas, parentes e amantes).

A organização criminosa enviou diversas cargas de defensivos agrícolas ilegais para diversos produtores rurais do Brasil, em especial RS e Bahia, sendo que lá as cargas se concentraram nas regiões de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, região que tem se destacado nacionalmente na produção de grãos, especialmente a soja.

A Draco São Luiz Gonzaga monitorou as movimentações financeiras dos investigados, constatando que grande parte do dinheiro auferido com a venda criminosa dos defensivos agrícolas ilegais passou pelas mãos de diversos “laranjas”, incluindo familiares, “amantes” e empresas. Das atividades empresariais usadas para a lavagem da renda do crime, destacaram-se uma conhecida loja de roupas de grife, uma empresa do ramo de insumos agrícolas e uma pequena empresa de fabricação de “cucas” (pães doces), todas localizadas em São Luiz Gonzaga/RS.

_____________

Saiba em primeira mão informações sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo. Clique aqui e siga o Canal Rural no Google News.

Sair da versão mobile