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Boi gordo teve quedas diárias de R$ 1,47 nos últimos 22 dias úteis, diz Scot

Com o bezerro caindo proporcionalmente menos, a relação de troca ficou pior para o pecuarista que produz boi gordo

Boi gordo comendo em confinamento
O boi gordo negociado em SP passou de R$ 285,50 para R$ 253, de acordo com a Scot Consultoria. Foto: Plínio Queiroz/Canal Rural

Até meados de novembro, o preço do bezerro havia subido muito mais do que a arroba do boi gordo, em São Paulo. Agora, com o enfraquecimento do animal terminado, a situação está ainda pior para o pecuarista, que já estava com as margens apertadas.

De 16 de novembro a 16 de dezembro, foram 22 dias úteis. Nesse período, o preço do boi gordo em São Paulo caiu R$ 32,50, ou R$ 1,47 por dia aproximadamente, saindo de R$ 285,50 para R$ 253 por arroba, de acordo com a Scot Consultoria. Os valores são livres de impostos e à vista.

O mercado de reposição também registrou baixas na praça paulista, mas nem perto da queda de quase 12% do boi gordo. Na média, o bezerro de desmama passou de R$ 2.500 para R$ 2.450, recuo de 2%.

É importante também comparar com os valores no mesmo dia do ano passado. O boi gordo subiu de R$ 200 para R$ 253, alta de 26,5%. Por sua vez, o bezerro de desmama subiu 53,13%, saindo de R$ 1.600 para os atuais R$ 2.450.

O movimento piorou o poder de compra do pecuarista que produz boi gordo. Enquanto em 16 de novembro eram necessárias 8,92 arrobas para comprar um bezerro desmamado, nesta quarta-feira, 16, o produtor precisa de 9,29 arrobas, alta de 4,15%. Em relação a 16 de dezembro de 2019, quando eram necessárias 7,78 arrobas, o avanço é de 19,4%.

O que causou a queda no boi gordo?

A coordenadora da divisão de bovinos para reposição da Scot Consultoria, Thayna Drugowick Andrade, conta que a queda do boi gordo é considerada brusca. Um fator que pode justificar o recuo é a menor demanda por boi gordo.

Segundo Thayna, as exportações de carne bovina em 2020 até novembro já bateram o recorde de 2019 inteiro. Ou seja, os importadores da proteína brasileira podem ter adiantado as compras, o que gerou uma menor procura nas últimas semanas. “Leva de 45 a 65 dias para o nosso produtor chegar na China, então essas compras foram feitas até o fim de novembro”.

Além disso, de acordo com a coordenadora da Scot Consultoria, muitos frigoríficos deram uma esticada na escala de abates para atender as demandas de fim de ano e já estão bastante abastecidos. Isso também contribui para a menor procura.

Thayna reforça que é difícil falar em equilíbrio já que o boi gordo subiu forte em 60 dias e depois despencou em 30 dias. Além disso, de dezembro a fevereiro, o mercado de carne bovina passa por uma ressaca, com consumidores descapitalizados e com o Ano Novo chinês. “É possível que tenhamos um pouco mais de recuo”, diz.

O pecuarista parou de comprar bezerros?

De acordo com Thayna, o recuo do mercado do boi gordo também se refletiu na reposição, que deu uma “esfriada” nas últimas três semanas. “Os vendedores ficaram retraídos tentando segurar o preço mais alto e os compradores estão receosos. Eles compraram porque, conforme vendem, precisam repor, mas deu uma boa esfriada”, afirma.

Segundo ela, o mercado deve andar de lado no curto prazo. Com o retorno das chuvas e o crescimento das pastagens, o mercado deve retomar o ritmo de comercialização entre janeiro e fevereiro.

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