727 cidades do Sul do Brasil podem registrar temperaturas acima da média histórica, diz Inmet Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Agricultura

Inmet: 727 cidades do Sul podem registrar temperaturas acima da média histórica

O alerta laranja emitido pelo instituto vale para o Rio Grande do Sul, regiões oeste e sul de Santa Catarina e para as regiões oeste, sudeste, sudoeste, centro-ocidental e centro-sul do Paraná

Enquanto a população de parte do Brasil sofre com as chuvas e suas consequências, como o transbordo de rios e inundações, mais de 700 municípios da Região Sul do país se veem às voltas com uma onda de calor severa.

Embora chuvas isoladas tenham sido registradas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta no qual informa que 727 cidades do Rio Grande do Sul e parte do Paraná e de Santa Catarina estão passíveis de registrar, até o próximo dia 16, temperaturas 5°C acima da média histórica desta época do ano.

O alerta laranja emitido pelo instituto vale para praticamente todo o Rio Grande do Sul, para as regiões oeste e sul de Santa Catarina e para as regiões oeste, sudeste, sudoeste, centro-ocidental e centro-sul do Paraná.

Os efeitos da estiagem na Região Sul vêm se agravando desde o fim do ano passado, causando prejuízos econômicos e ameaçando o abastecimento hídrico. No Rio Grande do Sul, 200 cidades já tinham decretado situação de emergência até esta quarta-feira (12). Levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS) aponta que, até sexta-feira (7), mais de 195 mil propriedades rurais já contabilizavam perdas na produção.

Uma das regiões gaúchas mais castigadas pela falta de chuvas é a do Alto da Serra do Botucaraí, onde, desde meados de novembro, o volume de chuvas é insuficiente para recuperar a condição dos rios e do sistema freático, o que prejudicou o plantio de soja e milho.

“A soja teve que ser replantada e ainda ficou uns 30% a 35% por semear. Então, nesses 16 municípios [do Alto da Serra do Botucaraí], só na soja se chega a algo em torno de R$ 750 milhões de perdas. Somadas às perdas do milho e leite, [o prejuízo, na região] chega a R$ 850 milhões”, informou, em nota, o extensionista rural agropecuário da Emater-RS em Soledade Josemar Parise.

Em Santa Catarina, além de irregulares, as chuvas do fim do ano passado ficaram abaixo do esperado durante o mês de dezembro, deixando ao menos 17 dos 295 municípios em estado de alerta e outros nove em estado crítico no que diz respeito às condições para garantir o abastecimento hídrico urbano, principalmente nas regiões oeste e extremo oeste do estado.

“Neste momento é importante que a população das regiões onde a estiagem se intensificou usem a água com consciência e evitem o desperdício. Além disso, é acompanhar as orientações e alertas dos órgãos competentes”, alertou, em nota, o secretário-executivo de Meio Ambiente, Leonardo Porto Ferreira.

No Paraná, no último dia 30, o governo estadual decretou situação de emergência em função da estiagem. O objetivo da medida é agilizar a execução de medidas de apoio aos agricultores e a outros setores afetados pela falta de chuvas.

Prejuízos

Nesta quinta-feira (13), a secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou um relatório no qual aponta que a situação já causou ao menos R$ 25,6 bilhões de prejuízos para os produtores rurais. O levantamento foi entregue à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, que, desde quarta-feira (12), está visitando áreas rurais atingidas pela crise hídrica nos três estados da Região Sul, além do Mato Grosso do Sul, na Região Centro-Oeste.

Em Cascavel (PR), a ministra explicou que, de posse de um diagnóstico da situação das lavouras nos quatro estados visitados, os técnicos do Mapa e do Ministério da Economia elaborarão um plano de ajuda aos produtores. O foco, neste primeiro momento, é garantir que os agricultores atingidos pela seca tenham condições de plantar.

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Inmet emite alerta sobre altas temperaturas no Sul do Brasil. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Nossa preocupação é agilidade nessas ações, para que a gente possa plantar com segurança. Para que o agricultor possa saber o que vai acontecer na segunda safra, que é a safrinha, que é muito importante, pois é quando se tem a maior parte do plantio de milho nesses estados”, destacou Teresa Cristina.

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