Com o avanço da safra leiteira em Mato Grosso, o índice de captação de leite do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apresentou expressivo crescimento de 17,88 p.p. em outubro deste ano no comparativo mensal. Todas as regiões registraram aumento na produção, devido às abundantes chuvas que favoreceram a recuperação das pastagens.
Nos municípios de Rondonópolis, Sinop e Sorriso, por exemplo, as precipitações em outubo foram 101% maiores que no mês anterior, segundo informações da Somar.
Neste panorama, as expectativas dos agentes de mercado para os próximos meses é de que a oferta de matéria-prima continue subindo, aumentando a produção na indústria e abasteça o comércio varejista. Contudo, vale a ressalva, de que o mercado não está com sobre oferta de leite, tendo em vista que no acumulado dos últimos dez meses a produção está quase 5% menor no comparativo anual. Estas perspectivas devem chamar atenção do produtor, pois, qualquer alteração na oferta de leite ou movimentações nos demais elos, o preço da matéria-prima pode ser impactado.
Em outubro, o preço médio pago ao produtor recuou 6,84% na comparação mensal, em virtude do aumento na oferta de matéria-prima. O diferencial de base MT-Cepea registrou queda de 12,85%, em decorrência de a desvalorização da matéria-prima nos demais estados ter sido maior do que em Mato Grosso.
Sazonalidade
Segundo o Imea, nos últimos meses a cadeia do leite desfrutou de altas nos preços pagos aos produtores, com todas as regiões do estado ultrapassando R$ 1,00/l, em função da baixa oferta de leite na entressafra. Nesse sentido, ao analisar as oscilações dos preços pagos aos produtores de cada mês nos últimos três anos, verifica-se a sazonalidade a que a cadeia do leite está sujeita, com cenário baixista de preços de setembro a fevereiro e um período de elevações de março a agosto.
Neste ano, com exceção de fevereiro, as oscilações nos preços da matéria-prima seguiram a tendência ilustrada no gráfico ao lado, o que traz preocupações aos produtores para os próximos meses, uma vez que de ago/16 a out/16 o preço do litro de leite já recuou 11,4%. Além disso, a demanda retraída no varejo e o aumento recente na oferta estão pressionando as cotações na indústria e podem fazer com que o ciclo de quedas no preço do leite se concretize. Porém, ressalta-se que, os dados no gráfico são referentes a valores passados, e não necessariamente voltará a acontecer.