Presidente da FPA critica obstrução de pautas do agro no Congresso

Conexão Brasília

Presidente da FPA critica obstrução de pautas do agro no Congresso

Deputado Alceu Moreira fez balanço da sua gestão, que encerra este ano. Segundo ele, a frente ganhou credibilidade, mas uma ‘ditadura das minorias’ impediu votação de projetos importantes este ano

O programa Conexão Brasília abriu o mês de dezembro trazendo o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), que encerra este ano sua gestão como presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Nesta terça-feira, 1º, a entidade elegeu o deputado Sérgio Souza (MDB-PR) para comandar a bancada do agro nos próximos dois anos.

Ao fazer um balanço da sua gestão, Moreira destacou que a FPA ganhou mais credibilidade e buscou a aprovação de temas relevantes para o agro e para o Brasil. Porém, também criticou a obstrução de pautas que podiam ter evoluído este ano no Congresso, mesmo em um ano com as dificuldades da pandemia.

“Se não conseguimos evoluir é porque hoje no parlamento há uma ditadura de minorias. Isso tem prejudicado o Brasil, chegando às raias de, em alguns casos, de obstrução do processo produtivo no Brasil. Até agora, nós tivemos todo jeito para conversar com o presidente (da Câmara, Rodrigo Maia), mas nos sentimos enrolados”, pontuou o parlamentar.

Segundo Alceu Moreira, há projetos em que houve um compromisso do presidente da Câmara para se colocar em votação em 2020, o que não ocorreu até o momento. É o caso do novo marco legal do licenciamento ambiental. “Só a legislação ambiental liberaria para o país R$ 175 bilhões de investimento”, citou.

Outras pautas sobre as quais havia a expectativa de votação ainda neste ano são os projetos que atualizam a legislação de regularização fundiária e de pesticidas. “Nós temos que usar o lixo químico dos lugares enquanto a molécula mais nova, mais eficiente, que causa menor dano, não pode ser utilizada porque tem preconceito com relação a isso”, disse.

O presidente da FPA ainda mencionou a aprovação do projeto que altera a Lei de Falências e regulamenta a recuperação judicial para produtores rurais e o projeto que permite uso do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust) como alguns dos destaques do ano. Ele defendeu ainda a urgência da votação da BR do Mar e da Lei do Gás.

Por fim, agradeceu a oportunidade de presidir a frente e a parceria de parlamentares, técnicos do FPA e  imprensa. “O que eu aprendi nesta casa, o que eu evoluí no meu mandato, o que puder fazer pelo agro brasileiro é algo que me dá muita alegria. Se há um lugar que inovou no país, em tecnologia, é certamente, a roça”, finalizou.

Fiagro

Outro tema em pauta no programa foi o projeto, apresentado recentemente, que cria os Fundos de Investimento do Setor Agropecuário (Fiagro). Autor da proposta, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) afirmou que a ideia é atrair novos investidores para o setor e ajudar produtores a profissionalizar a gestão da sua propriedade.

“Uma pessoa da cidade tem uma economia e quer aplicar no setor agro, está vendo o setor agro fazer diferença; ele pode comprar cotas desse fundo. Depois, tem muita gente que tem propriedade rural, mas é de herança, ele não tem vocação para isso. Ele pode colocar a sua propriedade no fundo, recebe cotas e o fundo passa a ser o gerenciador, faz ela produzir”, disse.

O Fiagro, segundo o projeto, vai funcionar nos moldes dos Fundos Imobiliários que têm tido bons resultados no Brasil, afirmou Jardim. “O setor tem espaço para crescer. Temos tecnologia, temos mantido compromisso com a inovação. Se tivermos investimentos, vamos ter muito mais produção, o setor cresce”.

O Fiagro será tema de uma live que o Canal Rural vai promover, nas suas redes sociais, na noite desta terça-feira, a partir das 19h45. O autor do projeto e outros especialistas vão detalhar como vão funcionar esses fundos e as vantagens para o setor agro.

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