O produtor norte-americano de milho deve plantar 37,2 milhões de hectares em 2020, informa o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso representa 3% mais do que o total cultivado no ano passado, porém, fica abaixo da expectativa do mercado, que era de aproximadamente 38,5 milhões de hectares.
Os contratos futuros do cereal na Bolsa de Chicago subiram 4% logo após a divulgação do relatório. O documento também trouxe os números dos estoques trimestrais de milho do país, previstos em 132,6 milhões de toneladas. O volume ficou 1% acima frente ao mesmo período do ano passado e também superou a expectativa do mercado, que era de 126,7 milhões de toneladas. “A alta de seis milhões de toneladas não foi suficiente para provocar baixas”, comenta o analista Marcos Araújo, da Agrinvest.
Segundo o especialista, o mercado físico brasileiro teve uma manhã bastante calma nesta terça-feira, 30, aguardando a divulgação do relatório do USDA. Com a alta em Chicago e o dólar também subindo, a tendência é que a comercialização se aqueça. “Agora, à tarde, o mercado vai ficar muito agitado e isso incentiva negócios não só para esta safra como também para a futura”, diz.
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Araújo destaca que as exportações de milho continuam sendo o principal ponto de atenção no Brasil, já que o país deve embarcar aproximadamente 32 milhões de toneladas até o fim do ano, o que gerará um cenário de escassez no primeiro quadrimestre de 2021.
Além do milho
O cereal não foi o único a registrar baixa na área plantada. Soja, trigo e algodão também vão ocupar menos hectares na próxima safra. “Vamos ter que monitorar um programa americano ambiental, chamado CRB, em que o governo paga para o produtor não plantar e destinar as áreas ao programa ambiental. Provavelmente essas áreas que não serão plantadas irão para este programa”, diz o analista.