ANÁLISE

'Não tem sentido acabar com parcelamento do cartão de crédito sem juros', diz relator do Desenrola Brasil

No telejornal Mercado & Companhia, deputado Alencar Santana (PT) alertou para possíveis consequências inflacionárias caso o parcelamento fosse limitado

Em entrevista ao jornal Mercado & Companhia, do Canal Rural, o deputado federal Alencar Santana (PT), relator do projeto de lei do Programa Desenrola Brasil, destinado à renegociação de dívidas, falou sobre a importância do parcelamento de compras sem juros para a economia.

Santana defendeu a continuação dessa prática, afirmando que “não tem sentido acabar com o parcelamento” sem juros. O deputado alertou para as possíveis consequências inflacionárias caso o parcelamento fosse limitado.

A declaração foi dada em resposta ao posicionamento dos grandes bancos nacionais, que já criticaram junto ao governo o parcelamento de compras sem juros, e pregam o fim da modalidade.

A Febraban, entidade que reúne essas instituições, patrocinou um estudo em que prega que a eliminação do parcelamento sem juros no cartão de crédito poderia reduzir pela metade o custo com o pagamento de juros nominais.

Situação financeira da população

Na entrevista, o deputado também falou sobre sua preocupação com a situação financeira dos população diante dos altos juros praticados no país.

“Não dá para a gente continuar dessa maneira. Essas pessoas se enrolaram para garantir o básico, principalmente na pandemia”, declarou o deputado. Por isso, o Desenrola visa criar um ambiente de competição entre credores para a concessão de descontos e a possibilidade de um novo financiamento com juros limitados a 1,99%.

Santana falou que não há sentido em aplicar recursos públicos para cobrir dívidas inadimplentes e, mesmo assim, manter os juros rotativos do cartão de crédito elevados.

“Se o devedor não pagar, o credor vai receber do governo pelo Fundo Garantidor. Mas não dá para fazer isso com dinheiro público e permitir que os juros do cartão de crédito continuem tão altos”, afirmou.

O parlamentar ainda abordou a questão dos juros do cartão de crédito, enfatizando essa diferença no cenário global. “Os juros rotativos do cartão são uma invenção praticamente brasileira. São diferentes das práticas internacionais”, disse.

O deputado também criticou a prática recorrente das instituições financeiras de oferecer crédito sem garantias, que muitas vezes resulta em juros exorbitantes. “As instituições financeiras oferecem esse crédito sabendo que podem ganhar muito com juros tão altos e abusivos”. Para ele, existe a necessidade de regulamentação para proteger os consumidores.

‘Os juros do rotativo do cartão de crédito são uma modalidade imoral’

Santana também comentou o parcelamento de compras e sua importância para a economia. Ele defendeu a continuação dessa prática, afirmando que “não tem sentido acabar com o parcelamento”. O deputado alertou para as possíveis consequências inflacionárias caso o parcelamento fosse limitado.

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