A operação Carne Fraca assustou os avicultores no Paraná. Eles temeram ser atingidos pelos embargos feitos aos produtos brasileiros. Assim, pensar no pior foi inevitável, mas, até o momento, os efeitos negativos da operação não surgiram.
No município paranaense de Rios do Oeste tudo parece estar sob controle. O processo de engorda das aves segue normal – o ciclo de 45 dias até a entrega do produto não foi alterado.
“Pensamos que iríamos ficar sem produzir frango, que os aviários ficariam vazios, que passaríamos por uma crise pior, com preços caindo. Ficamos assustados em um primeiro momento, mas já voltamos à normalidade”, conta o avicultor Aurélio Maldaner.
Atualmente, o produtor recebe R$ 0,70 por animal entregue. Mas há o temor de que haja queda de preço, caso os embargos continuem.
“Acredito que, se continuar os embargos, o preço da carne vai cair e com certeza nossa remuneração também cai. Esperamos que a queda não seja grande”, diz Maldaner.
Não sentir efeitos negativos é o que ainda dá tranquilidade para na Copagril, em Marechal Candido Rondon. Os trabalhos não foram afetados, e a produção segue normal. O frigorífico da região mantém a taxa diária de abate de 165 mil aves, que são enviadas para 35 países.
“Com o trabalho feito pelo ministro Blairo Maggi para reverter a lista com países que embargaram, podemos dizer que nós estamos de certa forma aliviados. Mas evidentemente seguimos preocupados com o que pode acontecer no futuro”, diz o diretor-presidente da Copagril, Ricardo Chapla.
O Paraná é o maior produtor de frangos do país. Sessenta por cento do que é produzido no estado vai para exportação, tendo China, Japão e União Europeia como principais clientes.
“Devemos nos orgulhar da nossa inspeção federal. Nós temos uma das melhores do mundo. Agora, se no meio desses tiver algum deslize de alguém que tenha feito algo incorreto, evidentemente que nós também condenamos isso”, completa Chapla.