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Cooperativas ampliam frotas próprias para escapar da tabela do frete

Algumas entidades dizem que alta nos custos com transporte chega a 70%; busca por transportadoras que contam com veículos próprios também vem sendo cogitada

Foto: Assembleia Legislativa de Minas Gerais

Um dos reflexos da greve dos caminhoneiros que vem causando mais prejuízo para a cadeia produtiva brasileira é o tabelamento do frete. A nova regra, regulamentada pela medida provisória 832/2018 no fim de maio, prevê a estipulação de um preço mínimo no transporte de cargas com base no custo do óleo diesel e dos pedágios, entre outras variáveis.

A previsão era de que a lei definitiva que oficializa a medida saísse no final deste mês. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vem realizando encontros com representantes de entidades ligadas ao agronegócio. Tais reuniões, que seguem até 3 de agosto, fazem parte de uma consulta pública aberta pelo órgão para a formulação do tabelamento do frete.

Apenas após essa data, e com a sanção presidencial da medida provisória, é que a nova tabela será divulgada. Assim que for aprovada, ela será atualizada a cada seis meses. Além dos produtores, os efeitos da nova tabela já vêm sendo sentidos pelas cooperativas.

Segundo João Dresch, engenheiro agrícola na Cooperativa Languiru, em certas regiões do país – como o Centro-Oeste –, o reajuste chega a aumentar os preços em até 70%. “Algumas medidas vêm sendo tomadas dentro das empresas. A cooperativa já pensa em compra de caminhões para frota própria emblemados. É uma dúvida muito grande, o setor vem sendo prejudicado”, diz. A busca por transportadoras que contam com veículos próprios também vem sendo cogitada.

Já para as cooperativas que já possuem uma frota, o tabelamento causa preocupações principalmente para a próxima safra. É o caso de Clademir Comin, superintendente da Coagrisol: “Estamos procurando resolver esse problemas através da nossa frota própria, mas é lógico que ela não atende a todas nossas necessidades. Já pensamos em duplicar o nosso número de veículos caso esse formato da tabela permaneça”.

Não é só o preço do transporte que vai acabar refletindo no bolso do produtor, mas o dos insumos também. Tanto fertilizantes quanto defensivos também estão sujeitos a mesma penalização da tabela.

De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuária (Fecoagro), Paulo Pires, a exigência também prejudica a competitividade das cooperativas. “Prejuízos vão acontecer, principalmente nos negócios já efetuados. Neste momento vamos tentar deixar a elevação dos custos a menor possível. Vamos fortalecer nossas frotas próprias. Não temos como tabelar o frete porque, se tabelarmos conforme é a proposição – e nós não vamos entrar no mérito disso –, vamos tirar a competitividade do setor.”

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