Mato Grosso: 14% do milho 2ª safra deve ser plantado fora da janela ideal

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Mato Grosso: 14% do milho 2ª safra deve ser plantado fora da janela ideal

Ao mesmo tempo que a cultura deve ocupar mais hectares no estado nesta temporada, a produtividade pode ser prejudicada pelo atraso no cultivo

As lavouras de milho devem ganhar mais espaço em Mato Grosso, chegando a 5,6 milhões de hectares, alta de 5,3% em relação à temporada passada. Porém, projeções indicam que 14,1% da área destinada ao cereal será cultivada fora da janela ideal, o que pode comprometer a produtividade.

Na propriedade do agricultor Jonas Iapp, em Campo Novo do Parecis (MT), o milho segunda safra deve ocupar 150 hectares a mais do que na safra passada. Todos os insumos já foram comprados e devem ser entregues no início de janeiro. Agora, a preocupação do produtor é com o atraso de 15 dias no cronograma de plantio, consequência da irregularidade das chuvas no cultivo da soja.

“Nós sabemos a diferença que tem de uma janela ideal, com as condições ideais de temperatura, luminosidade e pluviosidade também. O índice pluviométrico cai bastante a partir do meio de março até fim de abril, então isso impacta bastante no enchimento de grãos e, consequentemente, na produtividade final da cultura do milho”, diz.

A estiagem também apertou o calendário do milho na propriedade de Robson Weber, em Paranatinga (MT). Para evitar riscos de perdas significativas decorrentes do cultivo fora da janela ideal, o agricultor decidiu diminuir em 15% a área destinada ao cereal. “Não dá para arriscar! Está muito próximo hoje custo e rentabilidade, porque o milho subiu, mas elevou também o preço dos insumos”, diz.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, afirma que o produtor vai acabar plantando a maior parte do que foi planejado, mas com uma expectativa de retorno menor.

“A gente não sabe como vai se comportar o clima para frente, se vamos ter chuvas em abril e maio. Então, sem dúvida nenhuma, já coloca em xeque a produtividade. Não quer dizer que o fato de se plantar mais tarde vai produzir menos, mas o risco é aumentado em função deste atraso. Não dá para se dizer um desestímulo, mas de certa forma uma preocupação um pouco maior de quem semeia fora da janela”, pontua.

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