Agropecuária: VBP fecha 2017 com alta de 1,3%, para R$ 540,3 bi

Segundo o ministério, o resultado favorável do VBP de 2017 deve-se principalmente à grande safra de grãos, que foi de 237,7 milhões de toneladas

Fonte: Banco de Imagens/GAM

O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária foi de R$ 540,3 bilhões em 2017, montante que representa aumento de 1,3%, em valores reais, em relação ao ano anterior, que foi de R$ 533,1 bilhões. Os dados fazem parte de estudo da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Esse é o maior valor registrado desde 1989, quando se iniciou a série de análise de dados. As lavouras tiveram crescimento de 4,2% no período (R$ 364,6 bilhões), e a pecuária (R$ 175,7 bilhões), redução de 4,1%.

Segundo o ministério, o resultado favorável do VBP de 2017 deve-se principalmente à grande safra de grãos, que foi de 237,7 milhões de toneladas, conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produtividade agrícola, e não o incremento de área, foi o principal fator responsável pelo bom resultado. Os preços agrícolas, em geral mais baixos do que em 2016, tiveram pouca ou nenhuma importância na formação do VBP 2017.

“Além da importância da safra agrícola na geração de renda, destaca-se o papel que teve a agricultura no baixo índice de inflação obtido em 2017”, informou em nota o coordenador-geral de Estudos e Análises, José Garcia Gasques, da Secretaria de Política Agrícola. “O IPCA-15, acumulado até dezembro foi de 2,94%, o menor valor desde o início da série publicada pelo IBGE a partir de 2000, já que os produtos agrícolas têm grande peso na formação do índice de preços”, acrescentou ele.

O crescimento do VBP em 2017 foi impulsionado pelo algodão (72,3%), cana-de-açúcar (22,4%), laranja (11%), mandioca (87%), milho (14,8%) e soja (2,1%). Com exceção de laranja, esses outros produtos alcançaram em 2017 o maior faturamento bruto desde 1994.

Em contrapartida, uma lista extensa de produtos experimentou forte redução de valor, com destaque para banana (-26,7%); batata (-46,3%); cacau (-27,2%); café (-14,7%); cebola (-49,4%); feijão (-26,7%); trigo (-47,9%) e maçã (-21,5%). Segundo o ministério, essa redução, devida principalmente aos preços, foi o que propiciou o impacto positivo da redução do preço dos alimentos sobre o IPCA-15.

No setor de proteína animal, o VBP do setor de suínos cresceu 9,6% em 2017, enquanto o leite aumentou 9,5%. Já o VBP de bovinos caiu 4,2%, o de frango, 10,5%, e de ovos, 19,2%.

Sete Estados lideraram o VBP em 2017: São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Pará. Entre as regiões, o Sul ainda está na frente, seguida pelo Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e Norte.

2018

Para 2018, uma estimativa inicial do governo projeta o VBP deve recuar 3,4%, para R$ 521,7 bilhões. O resultado, no entanto, é considerado preliminar, já que muitas lavouras ainda estão em fase de desenvolvimento e outras nem sequer foram plantadas, como o trigo. A previsão da Conab para a safra de grãos 2017/18 é de colheita de 227,9 milhões de toneladas. No entanto, conforme o coordenador-geral de Estudos e Análises, José Garcia Gasques, da Secretaria de Política Agrícola, “nem todas as Unidades da Federação pesquisadas forneceram dados, e ainda se considerando informações incompletas sobre o clima, acredita-se que os números possam ser mais elevados”.