Armadilhas luminosas auxiliam no controle da helicoverpa na região central do Rio Grande do Sul

Técnica é considerada um bom ponto de partida para identificar problemas na lavoura e auxilia na tomada de decisõesA expectativa de um cenário crescente da produção agrícola poderá não se concretizar em decorrência de problemas fitossanitários que os produtores de soja, algodão, milho, feijão e tomate vêm enfrentando ultimamente com a ocorrência da lagarta Helicoverpa armigera, que tem alto poder de destruição nos cultivos de culturas transgênicas ou convencionais. As lagartas podem se alimentar de folhas e hastes dessas plantas, causando deformações ou podridões.

No Rio Grande do Sul, um grupo de trabalho formado pela Emater/RS-Ascar e mais 13 instituições, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está monitorando e identificando a lagarta. Para avaliar a situação da incidência das lagartas desse gênero na região Central do Estado, bem como definir estratégias efetivas de convivência e de manejo do inseto, a Emater/RS-Ascar instalou armadilhas em Santa Maria, São Sepé, Santiago, São Pedro do Sul e São Martinho da Serra.

– A armadilha luminosa é um bom ponto de partida para saber o que está acontecendo na lavoura e ajuda na tomada de decisões para a adoção de outras ações de controle – diz o assistente técnico de culturas do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, engenheiro agrônomo Luiz Antonio Rocha Barcellos.

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De acordo com o técnico, os produtores devem acompanhar, monitorar, informar-se e estar em contato com os vários segmentos envolvidos no assunto.

– A orientação é observar o tamanho da população de lagartas na lavoura. Na soja, a aplicação de defensivos é indicada quando forem encontradas, em média, quatro lagartas menores do que 1,5 cm por metro linear na fase vegetativa ou duas lagartas menores do que 1,5 cm por metro linear na fase reprodutiva.

Em caso de dúvida na correta identificação da Helicoverpa armigera, orienta Barcellos, o produtor deve coletar o inseto e guardar em recipiente com álcool para encaminhar aos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar da região, que encaminhará para reconhecimento junto ao Departamento de Defesa Fitossanitária, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Atualmente, estão registrados no Ministério da Agricultura, 20 inseticidas para o controle da lagarta na soja, que podem ser usados assim que o monitoramento da lavoura indicar que a população de lagartas atingiu o nível de ação recomendado, priorizando-se o uso de inseticidas seletivos.

– Quando iniciarem as aplicações a preferência é pela escolha daqueles não letais aos inimigos naturais da lagarta – aponta Barcellos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, a soja ocupa cerca de 800 mil hectares de área.