Bife vegetal: Sistema aumenta produtividade de ora-pro-nóbis

Hortaliça esquecida está virando suplemento rico em proteína

Fonte: Divulgação/Embrapa

A Embrapa Hortaliças e a empresa Proteios fecharam contrato com o objetivo de ampliar a adoção de um sistema de produção de plantio adensado (técnica de plantio que aumenta o número de plantas por área, sendo possível aumentar a produtividade e a produção total) com podas sucessivas, com foco no manejo aumenta produtividade de ora-pro-nóbis em áreas de cultivo com no município de Palmeira (PR). 

Empresa voltada para a área de nutrição funcional, a Proteios desenvolve para a indústria de alimentos funcionais e nutracêuticos o Complemento Nutricional Funcional (CNF), proteína vegetal em pó produzida com folhas de ora-pro-nóbis. A hortaliça apresenta em sua composição nutricional uma elevada concentração de proteína, cerca de 28% de matéria seca, que é apresentada em forma de farinha para ser utilizada para enriquecer alimentos e bebidas.

O desempenho da hortaliça tradicional nos campos do Paraná surpreendeu o pesquisador Nuno Madeira, da área de Fitotecnia, e que vem acompanhando o cultivo da ora-pro-nóbis na região. “Esperávamos colher uma vez ou duas no primeiro ano de plantio, e uma colheita a mais é uma prova de que o sistema de produção que foi adotado para a cultura funciona muito bem”, avalia o pesquisador, que registrou a performance da ora-pro-nóbis durante dia de campo realizado em Palmeira.

De acordo com o pesquisador, a grande contribuição da Embrapa Hortaliças na parceria refere-se ao sistema de produção em plantio adensado com podas sucessivas, o que confere um certo domínio sobre a planta que, por ser muito robusta e vigorosa, cresce demais. 

Esse manejo e o consequente incremento produtivo tem estimulado produtores da região a assinar contrato com a Proteios, que já firmou acordo com mais de 300 produtores, interessados em produzir para a empresa. “Alguns desses produtores plantavam a ora-pro-nóbis no quintal, não para consumo ou comercialização, mas para usar como cerca viva – diferentemente de Minas Gerais, no Sul do Brasil não existe tradição de comer a planta”, assinala Madeira. “Com a comercialização da ora-pro-nóbis, os produtores agregaram mais valor ao seu produto”.