Faturamento bruto da produção no país deve ficar 3% mais baixo

Valor Bruto da Produção em 2016 deve somar R$ 514,4 bilhões

Fonte: Dale Portz/Arquivo Pessoal

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2016 deve ser de R$ 514,4 bilhões, 3% mais baixo que o registrado no ano de 2015, que chegou a R$ 530,4 bilhões, estimou nesta terça-feira, dia 12, o Ministério da Agricultura. As lavouras apresentam queda de 2% e a pecuária, de 4,9%.

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. O índice é calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.

Conforme o ministério, a partir de dados obtidos até junho, os produtos que apresentam valor da produção real menor que em 2015 são algodão herbáceo (-6%), laranja (-13%), mandioca (-14,9%), arroz (-15,4%), uva (-15,9%), fumo (-27%) e tomate (-47,9%). Na pecuária, as maiores quedas no VBP ocorrem com suínos (-12%) e leite (-11,7%). De acordo com o estudo, os preços mais baixos neste ano são a principal causa desse comportamento.

Os produtos com melhor desempenho no ano são banana (+29,8%), trigo (+29,7%) batata-inglesa (+21,2%), cacau (+13,6%), café (+12,3%), maçã (+11,9%) e feijão (+5,9%). “O comportamento desses produtos pode ser atribuído principalmente aos preços alcançados por alguns deles. Os demais têm tido um bom desempenho devido à combinação de preços e produtividade”, analisa José Garcia Gasques, coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA.

As lavouras de cana-de-açúcar, café, milho e soja representam 70% do VBP deste ano. De acordo com o relatório, embora o aumento do VBP da soja tenha sido de apenas 0,7%, o grão tem peso de 34,4% na composição do valor.

“Foi acentuado o efeito da queda de produtividade de diversos produtos como algodão, arroz, feijão, milho, soja, maçã, uva e outras. Nessas lavouras o impacto da redução de produtividade foi em geral mais forte que os impactos dos preços e da variação da área”, destacou Gasques.

Em 2016 o Sul lidera a classificação do VBP com R$ 150,6 bilhões, seguido do Centro-Oeste com R$ 142,6 bilhões, Sudeste (R$ 137 bilhões), Nordeste (R$ 45,1 bilhões) e Norte (R$ 29,8 bilhões).