Maggi: aguardaremos governo definitivo para sugerir medidas importantes

Ministro da Agricultura não citou quais seriam as iniciativas caso Temer se confirme no cargo, mas deu pistas de que tentará ter plano safra perene

Fonte: Moreira Mariz/Agência Senado

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta terça-feira, dia 12, após participar de encontro com o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), e deputados da bancada ruralista, que vai sugerir “iniciativas importantes” para o setor, mas que irá aguardar o governo se tornar “definitivo”. Maggi não citou quais medidas tomará caso Temer seja confirmado no cargo com o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT). 

Mas o ministro avaliou, segundo material divulgado pelo Palácio do Planalto, que as medidas não trarão novas imposições legais para o setor, o qual, na avaliação dele, já sofre com excesso de leis, normativos e decretos regulatórios.

Maggi deu pistas de que tentará, entre outros pontos, ter uma política agrícola e um plano de safra perene para a agricultura, proposta que todos seus antecessores defenderam, mas que nunca foi implantada. “Ninguém gosta de entrar o ano com uma política e, virando o ano, já ter outra política. Tem uma série de áreas que precisam da atenção política, que precisam de cuidado. Áreas que precisam que o governo olhe para elas, e não que atrapalhe.”

O ministro declarou, ainda, que irá propor mudanças no seguro agrícola, que é “incipiente” no país segundo sua avaliação. “Pretendemos fazer uma política de liberar esse setor, dar condições para que mais crédito possa vir, mas é preciso dar garantia de seguro de renda. Isso é possível com participação do governo, iniciativa privada e fornecedores da cadeia”, disse.

Além dessas propostas, o ministro já havia declarado, em eventos anteriores, que o governo estuda mudar o modelo de financiamento de longo prazo para o agronegócio, com a troca dos juros prefixados, para um modelo com taxas móveis atreladas à inflação. Outra proposta é a adoção de um sistema terceirizado de fiscalização sanitária, desde que haja um controle centralizado por técnicos federais da área.

Para Maggi, a proposta se justifica por conta do crescimento da demanda exportadora do setor agrícola, pecuário e da agroindústria em um cenário de pressão dos importadores para uma maior rigidez sanitária.