Obras no rio Tocantins vão auxiliar escoamento da safra no Arco Norte

Navegação de carga no local deverá ser possível em 5 anos. Capacidade operacional é projetada em 20 milhões de toneladas em 2015

Fonte: DNIT/divulgação

O rio Tocantins, no Pará, deve estar apto à navegação de carga dentro de cinco anos. Isso será possível com a conclusão do chamado derrocamento do Pedral do Lourenço, que consiste na remoção de pedras do rio e na abertura de um canal de cerca de 140 metros de largura no leito. O derrocamento vai permitir a navegabilidade entre os meses de setembro e novembro, quando as águas ficam mais rasas, em um trecho de 500 quilômetros entre Marabá e a Vila do Conde, no município de Barcarena, informa o Ministério da Agricultura, em comunicado.

A obra, licitada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), vai beneficiar o escoamento da safra dos estados produtores de grãos do Centro-Oeste e do Norte do país, principalmente Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e Mato Grosso.

Esses estados produtores têm o porto de Vila do Conde como uma das principais saídas para exportação. O porto, localizado em Barcarena, perto de Belém, tem uma posição geográfica privilegiada em relação ao mercado europeu e ao norte-americano. A rota da hidrovia do Tocantins tem capacidade operacional projetada em 20 milhões de toneladas para 2025, de acordo com Marcelo Cabral, diretor de Infraestrutura, Logística e Geoconhecimento para o Setor Agropecuário, do Ministério da Agricultura. Atualmente, o escoamento da produção é feito principalmente pelos portos de Paranaguá e Santos.

Na avaliação de Cabral, a iniciativa representa mais um passo em direção à mudança na matriz brasileira de transportes. Ele calcula que um comboio de 150 m de comprimento, com capacidade de 12 mil toneladas, equivale a 342 carretas de 35 toneladas de capacidade. Atualmente, acrescenta, apenas 5% da carga agrícola é transportada por hidrovias.

O Pedral do Lourenço é uma ocorrência de rochas no rio Tocantins, que afloram nos períodos de seca, tem 43 km de extensão e está localizado entre a Ilha do Bogéa e o município de Santa Terezinha do Tauri, no Pará