Plataformas digitais mudam o jeito de negociar commodities agrícolas

Tecnologia aproxima vendedores e compradores de matérias-agrícolas e funciona 24h por dia, oferecendo facilidade e possibilidade de maiores ganhos

Fonte: Canal Rural

O futuro do agronegócio já está disponível agora, através das plataformas digitais para negociação de commodities. Essa nova forma de comprar e vender matérias-primas agrícolas, que aproxima mercados e está disponível 24 horas por dia, ganha cada vez mais espaço nas cadeias agropecuárias do país.

João Batista Cardoso foi um dos idealizadores da primeira plataforma brasileira voltada à comercialização de commodities, a FortisAgro, da qual ele é presidente. Juntamente com outros empresários do setor, ele investiu em pesquisa e tecnologia para chegar a um modelo que permitisse operações simples e rápidas.

Ele afirma que o sistema está preparado para receber produtores, cooperativas, cerealistas, agroindústrias e traders. “Nós temos 85 mil agroindústrias no Brasil e 5,2 milhões de produtores. A plataforma permite que sejam comercializados soja, trigo, milho, arroz, algodão e todos os seus subprodutos”, informa Cardoso.

A movimentação financeira diária da FortisAgro gira em torno de R$ 400 mil. O acesso à tecnologia é gratuito, cruzando oferta e demanda ao mesmo tempo em que promete facilidade e lucros mais altos.

A diferença dos modelos convencionais de comercialização, segundo o presidente da empresa, é que ela está no ar 24 horas por dia e é mais abrangente. “O produtor do Rio Grande do Sul pode vender para São Paulo, São Paulo pode vender para o Nordeste”, diz ele, sustentando ainda que plataforma permite vender os produtos por até 10% acima do valor de mercado, já que oferece maior transparência.

A forma convencional de negociar, afirma, ela é demorada e envovle muitos agentes. “Aqui, qualquer pessoa muito básica consegue colocar indicação de venda, consegue transformar em oferta firme e fechar negócio com a maior facilidade”, conta Camargo.

Desde 2011, quando passou a funcionar, a plataforma já contabilizou cinco milhões de operações. 

Edivaldo Santos, diretor operacional de um dos principais moinhos de trigo do país, rendeu-se às facilidades da tecnologia. Ele conta que, para se cadastrar na plataforma, é preciso fornecer alguns documentos e estabelecer os parâmetros das empresas com quem se quer comercializar e quais os tipos de produtor. “Automaticamente, as pessoas que você parametrizou recebem e-mails e elas começam a se encontrar”.

O potencial existente na agropecuária brasileira também chamou a atenção de um grupo ue mantém uma plataforma internacional de livre mercado nas cadeias de alimentos e bebidas, a Agroplace. A proposta da empresa, que tem  negócios no Vietnã e na África, é aproximar o mercado brasileiro de importadores americanos e europeus.

A essência dos sistema é de uma plataforma B2B, ou seja, “business to business”,  de acordo com a diretora de tecnologia da informação da Agroplace, Yaissa Siqueira. “A gente quer aproximar s vendedores e compradores do mundo inteiro, empresas vendendo para outras empresas, de pequeno, médio e grande porte”, diz ela, acrescentando que a empresa está presente em 14 países.

O diretor-executivo da Agroplace, Luis Anderson, explica que a proposta é divulgar a plataforma para associações e cooperativas rurais de todo país, atingindo um público que vive no campo que está conectado com novas tecnologias. 

Ele considera que o mercado brasileiro já está maduro para esse tipo de negociações. “Existe toda uma geração de filhos de produtores, pecuaristas, agricultores que está vendo o futuro e pode ter uma integração muito maior e ser partícipe do negócio”, afirma Anderson.