Produtores sofrem restrições de uso do Rio Camanducaia

Com a baixa vazão do rio, a Agência Nacional de Águas e o Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo restringiram o uso de captação do rio em São Paulo

A falta de chuvas fez com que muitos agricultores de Socorro, município que pertence à bacia PCJ, em São Paulo, irrigar a plantação com a água do Rio Camanducaia, que nasce em Minas Gerais e corta dez municípios paulistas. Sem chuva e com consumo regular, o nível de vazão do rio está bem abaixo do limite.  Com isso, a baixa vazão do rio levou a Agência Nacional de Águas e o Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo a restringir o uso de captação do rio em São Paulo.

O controle de uso já está valendo e é obrigatório para captações superficiais de volumes diários. Nestes casos, as restrições são de 20% na captação para o uso humano e manejo de animais, 30% na indústria e 30% na irrigação das lavouras da região.

A falta de água por conta da estiagem do ano passado já tem atingido as lavouras da região. A plantação de morangos de João Santos encolheu 50% por conta da estiagem e de doenças que enfraqueceram as plantas. A família deve colher 15 mil caixas a menos da fruta neste ano do que na safra passada.

 – Este ano eu plantei tudo que tinha no bolso, eu não vou conseguir retirar o que eu coloquei – afirmou o produtor.

Com o controle do uso da água o produtor pensa até em desistir de plantar.

–   Acho que não vai ter condições de continuar, a gente já planta pouco pra reduzir mais ainda não compensa. Não vai ter como plantar mais, vai ter que partir para uma outra coisa, outra alternativa – concluiu.

O novo regime de restrição o Departamento de Água e Energia Elétrica vai intensificar as fiscalizações e promete aplicar multas de até R$ 21 mil aos usuários que não cumprirem as regras.

– Primeiro o controle será esse, essa obrigação de prestar contas de quanto estão retirando será mantida. E todos devem diminuir 30%, então nós vamos receber essas informações e vamos nos guiar por isso e depois vai ser feita uma fiscalização por auditoria. Os casos que chamarem atenção, aqueles que são de maior volume serão os que receberão em um primeiro momento essa fiscalização – afirmou Arnaldo Jardim, secretário de agricultura e abastecimento de São Paulo.

Para tentar minimizar os efeitos da redução de água nas lavouras a Secretaria de Agricultura anunciou a formação de uma nova força tarefa para orientar o produtor sobre as regras do novo regime de restrição e incentivar maneiras alternativas de irrigar as lavouras.

– Diante dessa situação nós vamos novamente fazer um novo mutirão, a partir dos nossos escritórios regionais das Catis, das casas de agricultura, orientando, informando o nosso produtor sobre as providências que ele deve tomar, sobre a necessidade de atender a essa regra que temos em vigor para que a gente possa enfrentar a situação.

Os usuários de água do rio Camamducaia podem consultar se estão sob restrição através do site do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.