Setor de fertilizantes especiais mantém crescimento em 2016, diz associação

Mercado deve ter alta de 9% em relação ao ano passado, como reflexo de maior profissionalização do agronegócio, afirma a Abisolo

Fonte: Bruna Essig/Canal Rural

O presidente reeleito da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), Clorialdo Roberto Levrero, disse nesta quarta-feira, dia 13, que o mercado de fertilizantes especiais deve crescer 9% em relação a 2015, mesmo ritmo de crescimento verificado no ano passado na comparação com o período anterior. 

“Este crescimento é reflexo da necessidade de os produtores utilizarem novas tecnologias e da profissionalização do agronegócio, que busca cada vez mais elevar a eficiência e a produtividade das áreas já cultivadas”, disse durante a posse da nova diretoria da entidade. 

O mercado de fertilizantes especiais, que inclui fertilizantes orgânicos, organominerais, foliares, condicionadores de solo e substratos para plantas, registrou faturamento de R$ 4,4 bilhões em 2015. Levrero afirmou ainda que a valorização do dólar ante o real entre dezembro e janeiro, quando a moeda norte-americana superou os R$ 4, tende a gerar aumento de preços em reais dos produtos. 

Esta indústria não é totalmente dependente de matérias-primas importadas, disse o presidente da Abisolo, mas boa parte dos insumos vem de outros países e acaba levando à elevação dos preços em real. “Se a moeda se mantiver estável no patamar atual, em fevereiro poderemos ver um repasse de preços para o consumidor final”, complementou.

Consolidação

O vice-presidente da Abisolo, Francisco Guilherme Romanini, afirmou que o processo de consolidação das empresas do setor, que já começou, pode se acelerar em 2016. Uma das razões para este movimento é o fato de o setor de fertilizantes especiais ser considerado “muito jovem” e precisar de volume alto de capital de giro, o que acaba fragilizando algumas empresas com menor nível de gestão. 

“As oportunidades de consolidação são muito grandes para o nosso setor. Até por ser formado por uma grande quantidade de empresas, e pelo fluxo de caixa deste negócio ser alto, é certo que a consolidação do setor, que já começou, pode se acelerar este ano”, afirmou Romanini. Ele participa em São Paulo da solenidade de posse dos novos diretores da Abisolo. 

Segundo o executivo, fundos de investimento vêm observando as empresas do segmento, assim como novas multinacionais que começam a atuar e se posicionar no mercado brasileiro – ele não mencionou o nome das empresas. 

Disse também que as empresas representadas pela entidade fazem investimentos constantes em pesquisa, o que as torna atrativas para eventuais compradores. 

Outro ponto que pode facilitar a consolidação do setor é o fato de o dólar valorizado ante o real ter tornado as empresas brasileiras mais baratas para investidores internacionais. 

“O apetite de gigantes por empresas menores é um processo natural de globalização e vai continuar acontecendo”, complementou o diretor técnico de fertilizantes organominerais e minerais de solo da entidade, Alessandro Mesquita.