Volume de fertilizantes entregue em 2016 deve se equiparar ao de 2015

Ritmo das vendas deve desacelerar no segundo semestre, equiparando-se ao total do ano passado no fim do período, diz FCStone

Fonte: Rodolfo Richter/Redentora (RS)

O ritmo de entregas de fertilizantes para produtores brasileiros deve desacelerar no segundo semestre e ao final do ano o volume vendido deve se equiparar ao de 2015, disse nesta quarta-feira, dia 6, o consultor de fertilizantes para a INTL FCStone, Marcelo Mello. “Vamos recuperar a queda anual de 6% em 2015 e talvez passar ou ficar um pouco abaixo do volume total do ano passado”, declarou Mello durante teleconferência sobre lançamento do Ferti-Focus, novo serviço de consultoria da INTL FCStone, focado na gestão de custos de fertilizantes. 

Mello destacou que, apesar de as entregas de adubos no Brasil tradicionalmente se concentrarem no segundo semestre do ano, a quebra da segunda safra em Goiás e Mato Grosso, estados responsáveis por cerca de 30% da demanda nacional de fertilizantes, tende a puxar para baixo as vendas de produtos no país. Produtores prejudicados pelas perdas podem incorrer não apenas em inadimplência como também ter dificuldade de acesso a crédito e de caixa próprio para arcar com as compras de adubo para a safra de verão, comentou o consultor. 

Outra observação é de que, no primeiro semestre de 2015, as entregas caíram, o que também contribuiu para que a alta nos cinco primeiros meses de 2016 fosse expressiva, de 13%.

Produtos

Os preços de fertilizantes fosfatados no Porto de Paranaguá devem aumentar de forma moderada até setembro, de acordo com Marcelo Mello. A alta, segundo o consultor, se dará pela maior demanda de produto para aplicações na safra brasileira de verão. Em 30 de junho, o valor estava em US$ 353 por tonelada, conforme a consultoria da INTL FCStone. Em julho, os preços dos fosfatados podem chegar a US$ 359 por tonelada no porto paranaense, na estimativa da empresa. 

Já o valor da ureia no mesmo porto deve passar por recuperação mais forte a partir de setembro, época em que produtores norte-americanos também demandam o produto para fazer aplicações durante a colheita. “A expectativa é de que haverá bom consumo nas aplicações de outono no país”, avaliou Mello. Os preços da ureia no Porto de Paranaguá tendem a acompanhar os apurados em New Orleans (local de referência para preços de fosfatados e ureia nos Estados Unidos) porque o produto é bastante demandado pelos dois países na mesma época. 

Até agosto, os valores ainda devem ficar estáveis no Brasil, mas a partir de setembro, até fevereiro de 2017, tendem a subir. Segundo ele, podem chegar a US$ 233 por tonelada em fevereiro em Paranaguá, alta de 18% ante os US$ 202 verificados em 30 de junho. 

Mello também espera que os preços do potássio aumentem moderadamente nos próximos meses, acompanhando as cotações do produto em Vancouver, Canadá (local de referência para este tipo de fertilizante). 

“Será o momento das compras para a safra de verão no Brasil, então deve haver ajuste de preços”, declarou. Até fevereiro do ano que vem, a tonelada de cloreto de potássio (KCl) em Paranaguá pode chegar a US$ 239, ante US$ 223 em 30 de junho.  

O consultor disse ainda que as relações de troca de sacas de soja e milho por fertilizantes continuam favoráveis, mas destacou o resultado excepcional no caso do açúcar. “É a melhor (relação de troca) dos últimos anos”, afirmou Mello. 

Para adquirir uma tonelada de ureia, usinas precisam desembolsar hoje menos de 0,5 tonelada de açúcar VHP (considerando o valor do açúcar no porto de Santos). Há certa de um ano, elas precisavam entregar bem mais de 1 tonelada de açúcar para comprar uma tonelada do fertilizante.