Bicudo e manejo ruim encarecem custos do algodão

Produtores reclamam da falta de um produto eficaz e mais em conta para tentar controlar o inseto

Fonte: Igor Schutz/Cidasc/SC

O bicudo do algodoeiro está preocupando os agricultores de Mato Grosso. O manejo ineficiente pós-colheita e a falta de um produto eficaz tem aumentado os custos de produção. O inseto parece inofensivo, mas é capaz de devastar uma lavoura. O valor para evitar essa praga é alto e são necessárias diversas aplicações de defensivos.

Para tentar controlar o bicudo, o produtor rural Carlos Alberto Schneider conta que vem sentindo no bolso a cada safra. Só em 2015, ele teve que fazer cerca de 27 aplicações de produtos para tentar controlar a praga. Nessa safra, a praga voltou com força, e até agora já foram feitas 12 aplicações. 

“A gente não tem um controle do bicudo e convivemos com ele, tentando controlar na medida do possível. Esse ano está difícil e vem ficando cada vez pior com os aumentos dos custos. Não sei onde vamos parar”, desabada o produtor.

Schneider diz a falta de um vazio sanitário adequado agravou a situação.

“As pessoas não respeitam o vazio sanitário e há muitas plantas de algodão ao longo das estradas, que não tem como eliminar. Antigamente, o Instituto Matogrossense do Algodão (Ima), tentava eliminar, mas hoje parece que perdeu o controle e não tem mais essa possibilidade. É aí que os bicudos ficam alojados, nessas plantas na entressafra e acabam migrando para a lavoura, posteriormente no período normal de cultivo”, explica.