Governo prevê que Brasil e EUA abrirão mercado de carne bovina neste semestre

Ainda prosseguem negociações sobre saúde pública para exportação do produto brasileiro in natura 

Fonte: MPT-RS/Divulgação

O Ministério da Agricultura (Mapa) informou nesta sexta, dia 11, que os governos do Brasil e dos Estados Unidos devem concluir, ainda neste primeiro semestre, a abertura recíproca de mercados à carne bovina resfriada e congelada. Segundo a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tatiana Palermo, ainda restam negociações sobre saúde pública para a habilitação do Brasil à exportação de carne bovina in natura aos EUA.

As tratativas entre os dois países vão resultar na definição de um modelo de Certificado Sanitário Internacional para amparar os embarques do produto e a habilitação pelos Estados Unidos, com base em indicação prévia do Mapa dos estabelecimentos brasileiros exportadores (pre-listing).

Os Estados Unidos publicaram a norma autorizando a importação de carne bovina in natura de 13 estados brasileiros (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins) e do Distrito Federal, em junho do ano passado, quando a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) negociou com o governo americano o fim de uma restrição de 15 anos.

O pedido para exportação de carne bovina in natura brasileira para os Estados Unidos foi feito em 1999. Desde então, o Brasil e os EUA trocaram diversas informações sobre os controles brasileiros em saúde animal.

Os Estados Unidos são o maior produtor e consumidor mundial de carne bovina. Em 2015, o país produziu 10,9 milhões de toneladas, ou 18,58% do total mundial de 58,4 milhões de toneladas. Os norte-americanos consomem 11,4 milhões de toneladas, ou 20,2% do consumo mundial de 56,5 milhões de toneladas.

Potencial

No período de 2011 a 2015, as importações de carne bovina fresca e congelada dos EUA cresceram na ordem de 67%, saltando de 933 mil toneladas para 1,56 milhão de toneladas. Os números levantados pelo adido agrícola do Brasil nos EUA, Luiz Claudio Caruso, demonstram o potencial do mercado de carne bovina dos EUA.

De acordo com o Mapa, entre 12% e 15% da carne consumida nos EUA é importada de outros países. São produtos mais magros, de animais alimentados a pasto. Isso porque o gado americano produzir uma carne com alto percentual de gordura que dificulta sua utilização na produção de carne moída, principalmente, para hambúrguer.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial e o maior exportador de carne bovina do mundo. “Espera-se que a abertura do mercado norte-americano seja mais um passo na busca do setor”, diz Tatiana Palermo.