Café da região do Cerrado representa quase 40% da produção do país

Investimento em irrigação é um dos segredos para a produtividade. Especialista explica que o custo varia de acordo com o método e a frequência de uso

Fonte: Gilberto Silveira/Arquivo Pessoal

O café produzido na região do cerrado é responsável por quase 40% de produção nacional, isso porque a cultura nessa região, que abrange os estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e o Distrito Federal, é a mais tecnificada, com forte investimento em irrigação. 

De acordo com a Embrapa, na cafeicultura irrigada é possível aperfeiçoar alguns resultados, como a fertilização, a produtividade e a qualidade do grão.

O assessor técnico da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Maciel da Silva ressalta que requer investimento. Segundo ele, o custo varia de acordo com o método e a frequência da irrigação.  

“Normalmente varia de R$ 600 a R$ 900 por hectare. No custo operacional entra energia elétrica, manutenção, mão de obra, e se acrescenta depreciação do equipamento. Além disso, exige um investimento. Não é barato, gira em torno de R$ 8 a R$ 12 mil por hectare a depender do sistema. O produtor tem que ter muito bem claro que é um investimento de longo prazo”, diz Silva.

Rodolfo Marzola é cafeicultor em Goiás. Os 30 hectares da plantação são irrigados por gotejamento. Ele defende que fazendo o manejo correto, dá para garantir lucro e também o uso racional da água. 

“O aproveitamento da área é bem esquadrejado, então, você aproveita todos os cantos. O recurso de água é escasso. Fazemos o aproveitamento da água de 95% em relação ao pivô, que é de 65%”, conta Marzola. 

Apesar de investir em outras culturas, é o grão que traz mais rendimentos. “A rentabilidade em pequena área, como a gente tem aqui, é o que sustenta a propriedade é o café”, afirma Marzola. 

O produtor é do norte do Paraná, mas está em Goiás há quase 20 anos. Ele sempre renova as áreas para manter a produtividade. Desde 2004, utiliza a irrigação e sente diferença na produção.

“Aqui é necessidade. O clima é bem definido, sabemos que vem a seca e cada vez ela está mais prolongada”, relata o cafeicultor.