Café: sul de MG vendeu apenas 48% da safra contra média de 92%

Devido à bienalidade positiva, a expectativa é de ampla oferta, com crescimento de até 40% na safra 2018 da região

Fonte: Cleverson Beje

Diante de uma safra 2018 que pode crescer de 37% a 40% frente à temporada passada, o sul de Minas Gerais vendeu apenas 48% do que foi produzido no ciclo anterior, de acordo com a Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança (Capebe). De 2013 a 2016, a média de comercialização para a época é de 92%, o que mostra o ritmo lento nos negócios.

Segundo o coordenador de comercialização da cooperativa, Gleison de Oliveira, os preços externos nas bolsas não estão estimulando a venda do produtor para os exportadores. O mercado físico caiu menos, segundo ele, com os cafés mais fracos com cotações mais próximas dos grãos de melhor qualidade sendo mais negociados. Os produtores seguraram a oferta dos grãos superiores, diante dessa relação de preços e do cenário externo não dando maior competitividade para os exportadores.

Além disso, os cafeicultores estão usando a troca de grãos por insumos com entrega futura, mais um motivo para reter o café. Outra questão é que o cafeicultor está bem capitalizado e pode esperar por um cenário melhor para a venda.

Quanto à safra de 2018, que será colhida em alguns meses, Gleison estima que 10% da produção foi negociada de forma antecipada.

Safra boa e antecipada

Seguindo a bienalidade cafeeira, a safra atual é de ciclo alto produtivo. Assim, de acordo com Oliveira, a safra deve ser praticamente idêntica a de 2016.

As precipitações estão com um bom regime no momento, tendo melhorado muito, e a safra teve duas floradas principais. “Com boas chuvas e clima favorável no geral, as lavouras já estão apresentando a fase de enchimento de grão de forma antecipada”, diz Oliveira.

A Capebe recebeu em 2017, de ciclo baixo produtivo, 480 mil sacas de 60 quilos. Em 2018 a estimativa é de que a cooperativa repita o recebimento de 2016, chegando a cerca de 800 mil sacas.