Comercialização de café atinge 65% até novembro

Resultado fica acima da média vista nos últimos cinco anos, diz Agência SafrasA safra brasileira de café 2014/2015 atingiu uma comercialização de 65% da produção total estimada ao final de novembro, acima da média verificada no mesmo período dos últimos cinco anos (63%) e do acumulado de 2013 (55%), segundo levantamento realizado pela Agência Safras. 

Com isso, já foram comercializadas 31,97 milhões de sacas de 60 quilos, levando o estudo a projetar que a safra 2014/2015 atingirá 48,9 milhões de sacas.

Contudo, o analista da Agência Safras Gil Barabach alertou que as vendas no mercado físico brasileiro perderam ritmo, levando os vendedores a ficarem na defensiva, mesmo com a desvalorização do dólar.

– Assim, a dinâmica comercial é bem mais compassada, com o mercado antecipando o período de festas de final de ano – observou.

Exportações

Apesar da projeção positiva da Safras & Mercado para a safra 2014/2015, o relatório da Secretaria de Produção e Agroenergia, do Ministério da Agricultura divulgado nesta quinta, dia 11, revela que a receita cambial com exportação de café torrado e moído registrou queda de 20,3% nos primeiros 11 meses do ano, em relação ao mesmo mês período do ano passado. Os dados têm como base os números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 

O país exportou no período 1,524 mil toneladas do produto, volume 14,96% menor em relação ao ano anterior (1,792 mil toneladas). O preço médio da tonelada no período ficou em US$ 7,362 mil por tonelada, ante US$ 7,856 mil por tonelada, representando diminuição de 6,29%. As indústrias faturaram US$ 11,219 milhões, em comparação com US$ 14,077 milhões em igual período de 2013.

Os Estados Unidos foram o principal destino do café processado brasileiro, com redução de 34,27%, em termos de receita. O segundo principal mercado é a Argentina, cuja receita caiu 12,68%, seguida de Japão, alta de 51,52%.

Com relação ao café solúvel, a receita com exportação apresentou queda de 14,24% nos primeiros 11 meses do ano, em relação ao mesmo período de 2013. O faturamento da indústria somou US$ 509,262 milhões, em comparação com US$ 593,788 milhões no mesmo período do ano passado. 

Foram exportadas no período 68.028 toneladas, com queda de 6,16% em relação a 2013 (72,491 mil t). O preço médio da tonelada ficou em US$ 7,486 mil por tonelada, ante US$ 8,191 mil por tonelada em 2013, representando queda de 8,61%.

Os Estados Unidos foram o principal do destino do café solúvel brasileiro, com diminuição de 10,86% em termos de receita sobre 2013. Entre os 15 principais destinos do produto, apenas quatro tiveram elevação em receita no período: Chile (92,67%), Malásia (13,38%), Canadá (2,92%) e Cingapura (4,37%). Em contrapartida, houve expressiva queda para Argentina (-56,97%), Coreia do Sul (-45,78%), Indonésia (-37,11%) e Reino Unido (-19,15%).

Em volume, o principal comprador também foi os Estados Unidos, mas houve queda de 2,69% ante igual período de 2013. Em termos porcentuais, houve aumento significativo no volume vendido para Chile (150,53%) e Canadá (14,14%). Em compensação, houve queda em volume para nove principais destinos, com destaque para: Argentina (-57,21%), Indonésia (26,28%), Arábia Saudita (-25,32%) e Reino Unido (-23,19%). 

Café verde

Ainda segundo o relatório da Secretaria de Produção e Agroenergia, a receita cambial com exportação de café verde apresentou alta de 27,91% nos primeiros 11 meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2013. O faturamento alcançou US$ 5,418 bilhões, ante US$ 4,236 bilhões.

A receita cambial foi positiva para todos os 15 principais destinos do café brasileiro. Foi significativo, em termos porcentuais, o aumento no faturamento para México (773,48%), Canadá (53,36%), Alemanha (45,26%), Rússia (48,32%) e Bélgica (44,82%).

O principal comprador de café verde brasileiro no período, em volume, foram os Estados Unidos, que apresentaram elevação de 21,42% ante o mesmo período de 2013. O segundo colocado foi a Alemanha (mais 22,75%). Entre os 15 principais compradores, o volume embarcado aumentou para todos os destinos, com exceção de Japão (-4,36%) e Suécia (-0,43%).