ES: setor de café se mobiliza contra a importação

Em reunião nesta quarta, produtores, cooperativas e institutos reclamaram da falta de união entre os estados produtores de conilon

Fonte: Governo do Espírito Santo/divulgação

Nesta quarta-feira, dia 1º, representantes do setor cafeeiro do Espírito Santo participaram de uma reunião no escritório do Senador Ricardo Ferraço (PSDB/ES). A pauta foi a importação de café conilon e os impactos para o estado. Entre outras queixas, os participantes reclamaram de o Espírito Santo estar sozinho na campanha contra a importação.

A reunião contou com a presença de representantes do Sistema OCB/ES, das cooperativas Cooabriel, Coopeavi e Sicoob, do Cetcaf, do Centro de Comércio de Café, da Fed. Da Agricultura, da Fetaes, do Incaper, de alguns compradores de café, do prefeito e secretário do Meio Ambiente de Jaguaré e o gerente de Agroecologia e Produção Vegetal da SEAG, Marcus Magalhães.

O primeiro assunto da pauta foi o fato de o ES estar brigando praticamente sozinho. Minas Gerais, Bahia e Rondônia (também produtores de conilon) ainda não demonstraram interesse em lutar pela não importação.

Algumas instituições com bom relacionamento com esses estados ficaram de convidá-los a se unir ao Espírito Santo. Além disso, técnicos do Incaper e da Embrapa farão um levantamento sobre as pragas e doenças que o café importado poderá trazer ao país.

Outra questão que está causando grande descontentamento às instituições ligadas ao setor é o preço que da saca a ser pago aos produtores estrangeiros: R$ 525,00 com ICM de 9%, podendo chegar a R$ 725,00 com ICM de 35%. O valor médio da saca no Brasil é R$ 470,00.

“Acreditamos que o alto valor da saca seja apenas um mecanismo inicial para abrir as portas para a importação e que no futuro a oferta aos nossos produtores será bem inferior à que é paga hoje, o que inviabiliza totalmente a atividade e fará com que muitos deixem o campo”, disse o presidente do Sistema OCB/ES, Esthério Sebastião Colnago.

Em uma conta rápida, Colnago disse que mais de R$ 2 bilhões deixaram de circular somente com as perdas do café no último ano e, se a exportação for liberada, as perdas serão irreparáveis: “É preciso que o governo pense não só nas perdas econômicas, mas também nas perdas sociais que essa decisão poderá trazer”, diz.