Zootecnia completa 50 anos de avanços na pecuária brasileira

Profissão completa 50 anos; atividade contribui para o bom desempenho do agronegócio na criação de animais e na produção pecuária

Fonte: Katia Santos-Gustavo Santos/Embrapa

Neste sexta, dia 13 de maio, é comemorado o dia do zootecnista, data escolhida, há 50 anos, para a inauguração do primeiro curso de graduação em Zootecnia no Brasil. O ensino foi iniciado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.  O trabalho deste profissional é buscar maior produtividade e rentabilidade na criação de animais, com o uso de técnicas de melhoramento genético, reprodução, bem-estar e nutrição. Além de administrar o beneficiamento e a comercialização dos produtos de origem animal, em empresas do agronegócio.

Em 50 anos, o país passou a contar com mais de 100 cursos de graduação na área. Todos os anos, 2 mil pessoas concluem o curso e se formam zootecnistas.

O mercado de trabalho, ainda que afetado pela crise econômica, gera boas oportunidades, por ter como mola propulsora o bom desempenho do agronegócio frente aos demais segmentos da economia nacional. O PIB do setor cresceu 1,8% em 2015 na comparação com o ano anterior, enquanto no período o nacional caiu 3,8%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Se hoje o Brasil é reconhecido o maior exportador de carne bovina, o segundo maior produtor de frango e quarto produtor de suínos no mercado mundial, muito se deve ao trabalho sério que os zootecnistas desenvolvem nas fazendas e granjas”, afirma o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Mário Eduardo Pulga.

O coordenador do curso na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/Unesp), Paulo Roberto Meirelles, diz que considerando a importância do agronegócio brasileiro na economia do país, a profissão tem um mercado bastante promissor.

O campo de atuação

O zootecnista estuda e adota técnicas de produção de proteína animal para obter produtos de boa qualidade nas diferentes espécies: bovinos, ovinos, suínos e aves. Esse profissional trabalha no planejamento e na execução de projetos de toda a cadeia produtiva, coordenando a criação e buscando o aprimoramento genético dos rebanhos.

Segundo o Conselho de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV), o campo de atuação para o zootecnista engloba atividades para além das relativas ao agronegócio, com animais silvestres, de companhia, esporte e lazer, em fazendas e granjas, estabelecimentos agroindustriais, indústria de rações, fármacos, produtos biológicos e outros insumos para animais.

O profissional também pode exercer suas atividades em instituições de ensino e centros de pesquisa e em empresas de consultoria e comercialização agropecuária. O presidente do CRMV-SP destaca, também, o competente trabalho feito por zootecnistas na preservação da fauna e na criação de animais de companhia, lazer e esporte. “O conhecimento aprofundado destes profissionais sobre as características de cada espécie e de cada raça, aliados à tecnologia, tem gerado resultados expressivos”, diz.

O curso

Com duração média de 10 semestres, o curso de zootecnia contém disciplinas que objetivam preparar os estudantes nos diversos campos da atividade agropecuária, fornecendo os conhecimentos básicos para a formação profissional.

“Ao longo do curso, o aluno terá a oportunidade de realizar diversas atividades de caráter prático, como estágio curricular supervisionado, que são conjuntos de atividades de formação, programadas e diretamente supervisionadas por membros do corpo docente da instituição formadora, para assegurar a consolidação e articulação das competências estabelecidas”, salienta Meirelles.

Regulamentado em 4 de dezembro de 1968 pela lei federal 5.550, o curso de teve seu currículo mínimo e duração estabelecidos pelo Parecer 406, Resolução n° 6. Em 1984, foram elaborados novos currículos. Em 1997 através do Edital 04/97 da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação e Cultura, os órgãos competentes novamente debateram uma reforma e em 2006, uma Resolução do MEC instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso.