Granjas querem importar milho dos Estados Unidos

Lideranças do setor de proteína animal da região Sul confirmaram que as primeiras compras devem acontecer já em abril

Fonte: Canal Rural

A importação de milho dos Estados Unidos está quase certa. Nesta quarta-feira, dia 28, lideranças do setor de avicultura e suinocultura do Sul do país confirmaram que as primeiras compras devem acontecer já em abril. A expectativa inicial é importar pelo menos 100 mil toneladas do grão.
 
A medida seria necessária em razão da diminuição da produção do cereal na região Sul, que coloca em risco o abastecimento das granjas. No Rio Grande do Sul, a colheita de milho encolheu 23%, totalizando 4,6 milhões de toneladas. No entanto, o estado precisa de pelo menos 6 milhões de toneladas do grão para utilizar como ração animal.
 
Por essa razão, mais uma vez a indústria gaúcha e catarinense busca fornecedores internacionais. Neste ano, os Estados Unidos aparecem na lista. De acordo com o diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, empresas de maior porte já estariam se movimentando para montar a operação logística para buscar o cereal americano. “Existe também um movimento das entidades nacionais para viabilizar as questões de operação e portos, e a tendência é que no próximo mês já se concretize”, diz.
 
A compra do grão americano é necessária para não haver risco de interrupção do fluxo produtivo do setor. O primeiro embarque deve ser de 60 mil a 100 mil toneladas e o preço que a saca chegaria ao Brasil já é estimado pelo setor. Segundo Santos, da Asgav, estudos preliminares demonstram que haveria uma paridade com os valores pagos aqui no país. “Porém, seriam grandes volumes e atenderiam o período de defasagem, de preocupação e tudo mais que influencia o preço”, afirma o diretor-executivo.
 
O setor temia que as variedades transgênicas plantadas nos EUA fossem proibidas no Brasil. Mas a cultivar escolhida para a importação não sofre restrição. “O importante no primeiro momento é que nós tenhamos garantido o abastecimento de milho para nossos plantéis. Por ele (milho) ser transgênico ou não, eu não acredito que isso possa trazer algum problema ou ter alguma interferência. Nós apoiamos totalmente, se for necessário”, diz o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.