Homem recupera movimentos montando em cavalos e passa a competir em provas

Após sofrer lesão na medula, veterinário recupera movimentos com a prática de montaria em cavalos; associação da raça quarto de milha regulamenta modalidade para portadores de deficiências físicas

Fonte: Canal Rural/reprodução

Pessoas com deficiência física vão competir na prova equestre de três tambores de forma oficial pela primeira vez. A Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) regulamentou a modalidade na categoria paratletas. A primeira prova da modalidade será disputada nesta semana, durante o congresso brasileiro sobre a raça.

Um dos participantes da competição será Gabriel Augusto Claro, que teve uma lesão na medula há oito anos e ficou paraplégico temporariamente. Médico veterinário, ele lida com equinos desde pequeno e, para não perder contato com os animais, passou a montar escondido. Depois, já com autorização de um médico, afirma que teve grandes progressos por conta da prática de montaria. “Melhorei o controle do tronco e voltei a ter força nas pernas. O cavalo me deu forças para voltar a viver”, afirma Claro.

Recuperado através da equoterapia, ele passou a disputar provas equestres, e vai competir em três modalidades no congresso da ABQM, incluindo a prova de três tambores na categoria paratletas.

O médico e competidor Gabriel Rosas afirma que atividades com equinos auxiliam no combate a ansiedade e depressão. “A lida diária com o animal ajuda bastante também a (elevar) a autoestima da pessoa”. 

A esposa dele, Brenda Gonçalves Rosa, também médica e competidora, completa afirmando que a atividade é uma opção para quebrar a rotina exaustiva do dia a dia. “Depois que a gente sai do hospital, vai para o haras e é lá que a gente acalma, relaxa e que nós somos felizes realmente”, diz ela.

É o mesmo sentimento de Gabriel Augusto Claro. “Qualquer que seja seu problema ou dificuldade, nunca desista da sua vida e de seus sonhos porque é isso que faz a gente caminhar para frente”.

Regulamentação

Com a nova regulamentação, a ABQM quer estimular mais pessoas com deficiência física a participarem de competições equestres. De acordo com a coordenadora do projeto com paratletas da entidade, Natasha Marcondes, a ideia é estender a regulamentação a outras modalidades posteriormente. 

A coordenadora conta que os participantes serão avaliados por um especialista para definir em que categorias serão classificadas. São quatro divisões, feitas de acordo com a velocidade do cavalo.